O presídio das ilusões reais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Dell'Orto, Pedro Marques
Orientador(a): Thürler, Djalma
Banca de defesa: Maia, Helder Thiago, Mendes Jr, Walcler de Lima, Milanez, Felipe, Matos, Maurício
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC)
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34451
Resumo: Nesta tese, o autor utiliza um personagem ficcional para narrar as suas próprias pesquisas e experiências, que consistem numa busca para compreender o funcionamento da percepção de um corpo colonizado por dispositivos do biopoder. Para tanto, o próprio corpo do escritor é o principal laboratório de pesquisa, ao passo em que caminha por diversos campos do conhecimento que buscam ensignar os dados da existência, como a filosofia, a física clássica e quântica, a neurologia, a psiquiatria, a psicologia, a medicina, a biologia, a química, a arquitetura, a comunicação, a cultura, a espiritualidade, a arte e a magia. Diante de uma vasta literatura para explicar o que é a vida, do que é formada e como opera, é possível observar algumas concordâncias entre espécies do saber, aparentemente, distintas. Desta forma, os dados ensignados se conectam numa rede rizomática de conhecimentos ancestrais sobre a realidade em que navegamos com nossos corpos. A percepção dos sentidos, emoções e intenções, são alguns dos instrumentos utilizados para pilotar esta nau cognitiva e sensitiva. Além da pesquisa teórica, confrontamos a necessidade de aplicar a teoria na prática. A partir deste propósito, o autor realiza, em seu próprio corpomídia-laboratório, uma série de experimentos empíricos, como a vivência numa ilha quase deserta, sem eletricidade e sem celular; ou a iniciação xamânica conhecida como “busca da visão”, na qual, em jejum, isola-se numa antiga floresta por quatro dias. Há também o relato sobre o jejum de sexo e maconha, que antecedem a experiência do vipassana: um retiro em que os participantes meditam 12h por dia, durante 10 dias, a partir de um método específico cunhado por Gautama Sidarta, mais conhecido como Buda. Através desta intensa jornada, configura-se uma constelação de saberes rizomáticos que guiam a busca pela reprogramação descolonizatória. Neste sentido, a tese é dividida em dois fluxos narrativos: o primeiro compõe um rizoma textual arquitetado para investigar as questões teóricas, enquanto o segundo consiste no relato dos experimentos práticos realizados no próprio corpo do autor. Apesar das homéricas implosões dos conceitos programados pelo biopoder, nesta odisseia, uma nova barreira semântica é erguida após a destruição que a precede, assim, o autor permanece refém do cistema colonizatório, contudo, segue em busca dos métodos de libertação dos corpos, que implodem as identificações dos regimes de verdade implantados no ser: o fim se torna princípio.