Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Leclercq, André Claúdio René |
Orientador(a): |
Ramos, Ana Rosa Neves |
Banca de defesa: |
Santos, Alvanita Almeida,
Cerqueda, Sérgio Barbosa de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27548
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Resumo: |
Escritor prolixo e multifacetado, Voltaire deve muito de sua fama a seu ferrenho anticlericalismo, estampado, em maior ou menor grau, em toda sua imensa obra. Num século em que os alicerces político-religiosos da organização social ainda mantêm-se firmes, o autor encontra no acúmulo de informações provindas de um Oriente em que a Europa se faz cada vez mais presente, material que alimenta seus impulsos polêmicos. Esse trabalho busca, através de pesquisa bibliográfica, investigar a relação que se estabelece entre esse anticlericalismo e esse orientalismo no ambiente discursivo do conto filosófico, a partir das possíveis convergências e divergências entre duas posturas autorais de Voltaire: a do historiador e a do romancista. Na medida em que essas duas posturas correspondem a duas modalidades enunciativas distintas, buscamos caracterizá-las levando em consideração o contexto nas quais se inscrevem no século XVIII, particularmente no que diz respeito ao orientalismo e ao domínio religioso. A postura do historiador, no Essai sur les Moeurs nomeadamente, demonstra fazer um uso das fontes disponíveis – obra dos orientalistas acadêmicos, relatos de viajantes e sobretudo observações dos jesuítas no extremo-Oriente – em total desarmonia com as orientações ideológicas do regime: os esforços concentram-se na tentativa de solapar o quadro interpretativo fornecido pela tradição judaico-cristã, numa reflexão centrada nas origens das civilizações e das religiões. Transplantados para o universo ficcional dos contos, os dados coletados pelo historiador desvinculam-se facilmente de pretensões documentais, fenômeno favorecido pelo teor geral que assumem na época as ficções em prosa, ou romances, produções esteticamente desvalorizadas, evoluindo na clandestinidade e num anonimato calculado, onde o exotismo tende a investir-se num jogo alegórico transfigurador. Assim, em Zadig ou la destinée, conto emblemático desta perspectiva, objeto de nossa primeira análise, o anticlericalismo de Voltaire encontra sua significância numa leitura vertical, onde a eficiência dos elementos textuais orientais parece inversamente proporcional à sua exatidão referencial. História e romance, de modo geral, divergem em suas orientações, salvo em uma das últimas ficções romanescas orientais do autor, Les Lettres d’Amabed, objeto de nossa segunda análise. A ambientação torna-se muito mais factual e o conjunto repercute descobertas recentes por parte do philosophe a respeito da civilização indiana. Aqui, anticolonialismo e anticlericalismo unem forças, participando de uma visão crítica do devir histórico e sustentando formas particularmente corrosivas de crítica. |