Adiposidade corporal e apolipoproteínas em crianças e adolescentes: metanálise de estudos prospectivos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Jesus, Gabriela dos Santos de
Orientador(a): Assis, Ana Marlúcia Oliveira
Banca de defesa: Oliveira, Lucivalda Pereira Magalhães de, Monteiro, Renata Alves
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29714
Resumo: O excesso de peso é um problema mundial com crescente prevalência em crianças e adolescentes. É necessário investigar relação entre o excesso de adiposidade e marcadores de risco cardiometabólico (apolipoproteína B e A1) afim construir estratégias para o enfrentamento do risco cardiometabólico em crianças e adolescentes. Portanto, a finalidade deste trabalho foi investigar a influência do excesso de adiposidade sobre os níveis séricos de apolipoproteína B e A1 em crianças e adolescentes. Para tanto foi realizada busca sistemática de acordo com as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) nas bases PubMed, Embase, Lilacs, Web of Science, Ovid e Science Direct para estudos de coorte que avaliaram relação entre excesso de adiposidade e apolipoproteínas A1 e B. Os estudos que preencheram os critérios de inclusão foram avaliados quanto à qualidade metodológica usando a Newcastle Ottawa e risco de viés utilizando a ferramenta Research Triangle Institute Item Bank e aqueles com boa qualidade e baixo risco de viés foram analisados com metanálise; a medida sumária utilizada foi a diferença de média ponderada. Os resultados obtidos na revisão sistemática foram 8 estudos que preencheram os critérios de inclusão, contabilizando 15.835 indivíduos, com média de idade de 9 a 15,7 anos, o período de acompanhamento variando de 12 a 144 meses. Para a metanálise, foram inclusos 4 artigos, com total de 7.974 crianças e adolescentes. Todos os estudos foram considerados com baixo risco de viés e com alta qualidade metodológica segundo Newcastle Ottawa (1999). Ao avaliar a influência do excesso de adiposidade sobre os valores séricos de Apo B, observou-se aumento médio de 4,94 mg/dL (IC 95%: 4,22 a 5,67 mg/dL) nos níveis deste marcador bioquímico em indivíduos com excesso de adiposidade. Para a Apo A1, identificou-se redução média de -8,13 mg/dL (IC 95%: - 9,09 a -7,17 mg/dL) nos níveis séricos de crianças e adolescentes com maior adiposidade corporal. A partir dos 10 anos de idade os valores séricos de ApoB e Apo A1 variaram segundo a idade. Para Apo B, os valores para indivíduos com excesso de adiposidade em maiores e menores de 10 anos respectivamente foram 10,60mg/dL [IC 95%: 7,47 a 13,73] e 4,62mg/dL [IC 95%: 3,88 a 5,37]. Para esta mesma faixa etária os valores de Apo A1, foram -10,43mg/dL [IC 95%: -14,35 a -6,51] e -7,99mg/dL [IC 95%: -8,98 a -6,99], respectivamente. Nossos achados sugerem que o excesso de adiposidade corporal influencia tanto na redução dos valores de Apo A1 quanto no aumento dos níveis de Apo B em crianças e adolescentes, sendo estas alterações mais relevantes entre os adolescentes. As crianças e adolescentes com maior excesso de adiposidade são mais susceptíveis a maior risco cardiometabólico, destacando a importância das estratégias intervencionistas nas fases mais precoces da vida. Considerando o baixo número de estudos identificados nesta metanálise, estudos longitudinais são necessários para avaliar o efeito da adiposidade sobre o perfil cardiometabólico em crianças e adolescentes.