Raízes negras em terras dos sertões da Bahia: famílias e comunidades de africanos a quilombolas (Urubu, 1870-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santana, Napoliana Pereira lattes
Orientador(a): Pires, Maria de Fátima Novaes lattes
Banca de defesa: Pires, Maria de Fátima Novaes lattes, Mata, Iacy Maia lattes, Nascimento, Joana Medrado lattes, Reis, Isabel Cristina Ferreira dos lattes, Dutra, Nivaldo Osvaldo lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36885
Resumo: Este estudo trata das experiências de vida familiar e social de africanos e seus descendentes, escravizados, libertos e livres, no processo de formação de comunidades negras rurais no interior de fazendas pecuaristas do sertão do São Francisco, tendo como recorte espacial a freguesia e a comarca de Santo Antônio do Urubu de Cima, na Bahia, entre os anos de 1870 a 1930. A pesquisa insere-se na conjuntura emancipacionista, com ampliação das lutas de escravizados em defesa de suas liberdades; as mudanças políticas com a abolição e o advento da República; e as recomposições das riquezas regionais frente às mudanças conjunturais. Nesse contexto, o Urubu pode ser definido como uma sociedade marcadamente rural com forte concentração de riquezas e de terras sob o domínio de ricos fazendeiros, onde os mais pobres enfrentaram sérias dificuldades nos arrimos da sobrevivência. Buscou-se analisar estratégias de lutas forjadas por indivíduos negros por espaços de autonomia que resultaram no acesso à terra e no seu usufruto costumeiro. Parte de leitura minuciosa de ampla e diversa documentação, quais sejam: inventários post-mortem, testamentos, processos cíveis, processos-crime, registros eclesiásticos (casamento, batismo e óbito), livros de razão de fazendeiro (registros contábeis), livros de viajantes e memorialistas, fotografias e fontes orais. Esse conjunto documental lança luzes para a compreensão da ocupação ancestral de terras por africanos, libertos e seus descendentes. O cruzamento das fontes manuscritas com as fontes orais, a partir da metodologia da ligação nominativa, possibilitou reconstituir genealogias familiares, as quais permitiram compreender o enraizamento de famílias negras do sertão em terras de antigos currais de gado por sucessivas gerações, o que culminou na formação de atuais comunidades quilombolas do Território Velho Chico.