O PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO - (PLAc) EM CARTOGRAFIAS CRÍTICAS MULTILÍNGUES: REPERTÓRIOS DE REFUGIADOS E IMIGRANTES COMPULSÓRIOS EM SALVADOR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: LUZ, ILMA TELES DE MENEZES DA lattes
Orientador(a): OLIVEIRA, GILVAN MULLER DE
Banca de defesa: SILVA, MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO, SANTOS, TEREZINHA OLIVEIRA, CRUZ, LETÍCIA TELLES DA
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37620
Resumo: O Brasil tem sido o destino de milhares de pessoas em situação de refúgio e de deslocamento compulsório nos últimos anos, devido a graves violações de direitos humanos provenientes de guerras, instabilidades econômicas, desastres ambientais, perseguições políticas, religiosas, entre outros. Os novos fluxos migratórios (BAENINGER, 2018) alteraram a rota tradicional Sul-Norte para o eixo Sul-Sul. A cidade de Salvador, capital da Bahia, apesar de não estar localizada na região de fronteira, tem recebido um contingente significativo de refugiados e imigrantes compulsórios, muitos deles devido ao programa de interiorização do Governo Federal, apoiado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Esta dissertação tem por objetivo compreender o processo imigratório em Salvador, visibilizar os seus protagonistas, verificar como eles vivem, quais as características socioculturais apresentam e como constroem os seus repertórios linguísticos. Além disso, busca-se saber de que forma o Português como Língua de Acolhimento em contextos multilíngues e multiculturais pode ser uma ferramenta intercultural eficaz para a integração e inclusão social de migrantes na sociedade soteropolitana. Este estudo tem os seus fundamentos ancorados na área da Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) e Transgressiva (PENNYCOOK, 2006), bem como nas epistemologias freirianas das Pedagogias do Oprimido e da Autonomia (FREIRE, 1998;1997) e da Educação Linguística Ampliada (CAVALCANTI, 2013). O referencial teórico para os estudos do Português como Língua de Acolhimento está lastreado em (GROSSO, 2010; AMADO, 2011; BIZON, 2013; LOPEZ, 2016; SÃO BERNARDO, 2016; ANUNCIAÇÃO, 2018; DINIZ; NEVES, 2018). A metodologia tem abordagem qualitativa-interpretativista (DENZIN e LINCON, 2006; BORTONI-RICARDO, 2008) e de viés etnográfico (ERICKSON, 1981; LÜDKE E ANDRÉ, 1996). Foram utilizados instrumentos para coleta, geração e análise de dados, e os respectivos resultados apontaram a relevância do acesso a língua portuguesa como dispositivo de emancipação e autonomia para migrantes compulsórios; ausências de políticas linguísticas e públicas institucionalizadas e articuladas ao arcabouço jurídico para o contexto das migrações transnacionais. Portanto, esta pesquisa exerceu o seu papel acadêmico e social no sentido de contribuir para implantação de uma política de estado com interconexões nas estruturas das esferas federais, estaduais e municipais, a fim de inserir dignamente pessoas em situação de indigência moral e vulnerabilidade migratória, agravadas pela crise sanitária mundial do covid-19 e da grave crise política e econômica que devasta o país.