A produção do conhecimento em Educação Física: considerações sobre as concepções de “cultura” e “corpo” presentes nas monografias das universidades públicas da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Marchesi, Regina Sandra
Orientador(a): Silva, Maria Cecilia de Paula
Banca de defesa: Rocha, Luiz Alexandre Oxley da, Moraes, Antônio Carlos, Beltrão, Lícia Maria Freire, Leiro, Augusto César Rios, Bordas, Miguel Angel García, Santos, Admilson
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25735
Resumo: O estudo partiu do objeto cultura e corpo como concepções básicas as quais defendo necessárias, nas discussões das monografias como formato de trabalho de conclusão de curso em Licenciatura em Educação Física, em Universidades Públicas do Estado da Bahia e nos projetos dos referidos cursos. A caracterização metodológica da pesquisa é de abordagem qualitativa e exploratória de acordo com os objetivos traçados, pautado na concepção materialismo histórico dialético, e se caracterizou num esforço concentrado em analisar a existência ou não de um processo hegemônico ou contra hegemônico nas categorias cultura e corpo sabendo da existência de um projeto de modernidade de alienação corporal através da medicalização do corpo e da sociedade. Foram traçados como objetivos analisar a concepção de “cultura” e “corpo” expressa nas monografias de conclusão de curso (2007 a 2009) e nos projetos de curso de Licenciatura em Educação Física das universidades públicas da Bahia; e, analisar o objeto de estudo da área da Educação Física expresso nesses projetos, compreendendo serem os delineadores dessas concepções as Resoluções orientadoras e delimitadoras das organizações dos cursos da área e os próprios projetos dos cursos os quais são também documentos orientadores da formação no curso e do projeto político e social. Daí o sentido de analisar a luz das contradições as concepção de cultura e corpo nas monografias, nos projetos pedagógicos da área em questão. Para a fundamentação e orientação no processo de análise nessa pesquisa, três teses também foram suporte ao tratar do objeto de estudo da área, a formação profissional e os projetos pedagógicos dos cursos em Educação Física a luz das Diretrizes Curriculares da área (SILVA em 2002, FIGUEIREDO em 2005 e ROCHA em 2010). Gramsci foi orientador nas discussões de cultura hegemônica e contra hegemônica, poder e a ideológica de sujeitos críticos do processo-histórico, assim como Véron foi destaque ao tratar do sistema social de produção do sentido. De um total de duzentas e sessenta e cinco monografias tabuladas em quatro universidades públicas, foram selecionados cinquenta e quatro trabalhos que traziam como campo de reflexão e produção de conhecimento “Escola”. No período analisado, no território do saber da Educação Física, é flagrante a exploração da área em campos de conhecimento que a bem pouco tempo, nem integrava o debate na área, assim como é perceptível a visualização do isolamento dos conhecimentos inclusive advindos de áreas afins, sem uma articulação nas discussões com o campo empírico, inclusive na perspectiva da sociedade, da cultura e do corpo. Nessa lacuna reside o papel hegemônico de formação, assim como também o papel contra hegemônico, tendo na direção o espaço escola como campo de reflexão, pois é onde acontece a base mais expressiva de formação político pedagógica. Nesse sentido, é urgente a discussão da/sobre a cultura e do/sobre o corpo como sujeito histórico, no espaço escolar, local esse eleito para uma política educacional de consenso (alienante, servil, acrítico, controla). Esse é o espaço, em potencial para a transformação com vistas a superação de uma Educação Física, ainda técnico instrumental.