Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Hosanira Santos do |
Orientador(a): |
Bouchez, J.L |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23056
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Resumo: |
Este estudo refere-se a identificação dos eventos sucessivos registados em granitóides de idades compreendidas entre 2,16 e 2,07 Ga que formam o Bloco Serrinha, cráton do São Francisco, Bahia, Brasil. Este bloco forma uma dorsal de direção NS que rotaciona bruscamente para a direcção EW na sua porção sul onde encontra-se a região de Teofilândia. Esta região, caracterizada por uma associação de rochas vulcano-sedimentares, granitóides e gnaisses, hospeda o distrito aurífero de Fazenda Brasileiro cujas mineralizações são controladas pelas estruturas EW. Para desvendar a história polifásica dessas rochas foram realizados estudos de microestrutura, tramas magnéticas e minerais, mineralogia, geoquímica e paleomagnetismo. Os eventos magmáticos ligados à Orogênese Transamazônica são representados por dois episódios plutônicos paleoproterozóicos identificados no sul do Bloco Serrinha. Primeiro um magmatismo (TTG)-cálcio-alcalino juvenil num contexto de arco, representado pelo granodiorito Teofilândia e pelo trondhjemito Barrocas (2,13 Ga), e em seguida um magmatismo mais tardio ferropotássico alcalino representado pelo granito Santa Rosa (2,07 Ga). Sugere-se que os granitoides (TTG)-cálcio-alcalinos da região de Teofilândia e do Bloco Serrinha sejam semelhantes aos granitóides birimianos juvenis do Oeste da África. A existência de três eventos tectônicos paleoproterozoicos no Bloco Serrinha foi demonstrada a partir do estudo sistemático das tramas magnéticas e microestruturas dos granitóides, combinado a dados isotópicos e de pressão. O primeiro, D1, caracterizado a partir da identificação de um núcleo granítico que conserva a sua estrutura magmática NS original nos granitóides cálcio-alcalinos, é provavelmente contemporâneo do arco magmático localizado no limite ocidental do Bloco Serrinha. O segundo, D2, identificado pelas suas pervasivas estruturas ortognáissicas de alta temperatura, de direção EW na região de Teofilândia, é atribuído à colisão entre o Bloco Serrinha e a fronteira leste do Cráton do São Francisco. Enfim, o evento D3 mais localizado, de direção EW, que ocorreu à baixa temperatura (Fácies Xisto Verde), em presença de fluidos, é responsável pelas mineralizações auríferas. Ele marca o fim da orogênese transamazônica na região de Teofilândia. Propõe-se um pólo paleomagnético (Long=314°E, Lat=1°N; dp=16,3, dm=16,6) de idade 2.080±17 Ma para o cráton do Congo-São Francisco. Os dados indicam que a magnetização remanente foi adquirida exatamente após o pico térmico do metamorfismo na Fácies Anfibolito, que corresponde ao evento D2. Este pólo paleomagnético, uma vez comparado com os pólos obtidos por outros autores para o Cráton do Congo-São Francisco, indica que este bloco não estava amalgamado com os crátons Amazônico e Oeste Africano durante o Paleoproterozóico. O estudo petrológico, a compilação dos dados isotópicos existentes, e as observações estruturais conduzem à uma síntese do Transamazônico no Bloco Serrinha. A Orogênese Transamazônica e o plutonismo associado são, no Brasil e na África Central, contemporâneos da intensa atividade magmática identificada no Oeste da África. Eles são a consequência de um super-evento do manto à 2,1 Ga. Os dados paleomagnéticos indicam que esta atividade, responsável da grande quantidade de crosta juvenil paleoproterozóica presente nestes cratons, é independente de suas posições no globo. |