Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Eliana Sales
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Orientador(a): |
Vieira, Nancy Rita Ferreira
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Banca de defesa: |
Vieira, Nancy Rita Ferreira,
El Fahl, Alana de Oliveira Freitas,
Oliveira, Sayonara Amaral de,
Santos, Mônica de Menezes,
Costa, Suzane Lima |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38488
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Resumo: |
Nesse estudo, propõe-se analisar os romances A costureira e o cangaceiro (2009), de Frances de Pontes Peebles, e A vida invisível de Eurídice Gusmão (2016), de Martha Batalha, cujas narrativas possuem irmãs como personagens protagonistas e ambientam-se, respectivamente, entre as décadas de 1920-1930, e de 1940-1960; e suas adaptações cinematográficas, os filmes Entre irmãs (2017), dirigido por Breno Silveira, e A vida invisível (2019), com direção de Karim Aïnouz, respectivamente. Considerando-se a tradição de as ficções que têm como temática a relação fraterna apresentarem histórias que se passam com irmãos homens que protagonizam uma relação marcada pela rivalidade, observa-se, a partir da análise do corpus dessa pesquisa, um diferente cenário de representações na ficção contemporânea. Trata-se da atual recorrência de narrativas literárias e cinematográficas que abordam a relação entre irmãs, pelo viés do afeto e da solidariedade. Assim sendo, o enfoque dessa investigação recai sobre as representações femininas, sob a perspectiva das relações de gênero que perpassam o espaço familiar, apresentadas nessas ficções. A partir dessa análise, nota-se como esse sentimento de fraternidade se constituiu em um elo de fortalecimento diante de importantes temáticas que marcaram as relações de gênero ao longo do século XX e que perpassaram as histórias dessas irmãs. Dentre essas questões, destacam-se: o silenciamento da mulher em uma cultura machista e patriarcal, o modelo tradicional de casamento e o papel social da família, a violência de gênero, o feminismo e a sexualidade. Para orientar a discussão desenvolvida nessa pesquisa, são considerados: os estudos teóricos da adaptação (STAM, 2006), (HUTCHEON, 2013); o conceito de “tecnologia de gênero”, de Lauretis (1994); as considerações sobre cinema e feminismo de Gubernikoff (2009, 2016); os estudos sobre a história das mulheres (DEL PRIORE, 2009, 2011, 2013, 2016), (PINSKY, 2011, 2012); o entendimento sobre patriarcado e violência de gênero de Saffioti (1987, 1994, 2015); as reflexões sobre relações fraternas empreendidas pela Psicanálise (BIRMAN, 2000), (KEHL, 2000), entre outros estudiosos. O pressuposto que norteia esse trabalho investigativo é o de que as representações do feminino presentes nas obras analisadas possibilitam um discurso que problematiza as representações de gênero e questionam os papéis que foram socialmente construídos para serem exercidos por homens e mulheres no interior da sociedade. Espera-se, portanto, que essa pesquisa propicie reflexões acerca das opressões sofridas pelas mulheres, que foram (são) silenciadas pela norma patriarcal, bem como sobre as possibilidades de protagonismo feminino ocorridas nos períodos representados pelas narrativas, sob a égide de um sistema classista, racista, patriarcal e sexista. |