Força de trabalho e gerenciamento de resultados: evidências no mercado de capitais brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rocha, Marcelo Cardoso
Orientador(a): Pereira, Antônio Gualberto
Banca de defesa: Santos, Luís Paulo Guimarães dos, Nakao, Sílvio Hiroshi
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Ciências Contábeis
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGCONT)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33213
Resumo: Com suporte na Teoria Positiva da Contabilidade e em estudos empíricos anteriores, este trabalho investiga a relação entre força de trabalho e gerenciamento de resultados nas empresas brasileiras. Força de trabalho, nesta pesquisa, é conceituada como a capacidade de extração de riqueza da empresa pelos sindicatos de trabalhadores, medida pela interação entre a taxa de sindicalização e a intensidade do número de funcionários, visando englobar duas dimensões amplamente utilizadas em estudos que investigam este tema. A literatura internacional sugere que a relação entre força de trabalho e gerenciamento de resultados pode ocorrer de duas maneiras. De acordo com a primeira perspectiva, a força de trabalho pode criar incentivos para que os gerentes façam escolhas contábeis que minimizem o lucro, a fim de diminuir a percepção da capacidade da empresa de pagar salários maiores. A outra forma sugerida prediz que os gerentes tendem a fazer escolhas para projetar uma boa reputação em cumprir seus compromissos no futuro a fim de reduzir o custo de mão de obra. Em que pese a relação entre força de trabalho e gerenciamento de resultados tenha sido objeto de importantes pesquisas internacionais desde a década de 80, sobretudo nos Estados Unidos, os resultados obtidos nessas pesquisas podem não se repetir no mercado brasileiro, dadas suas características institucionais e legais, justificando-se, assim, a presente pesquisa. Cabe destacar, ainda, que os modelos sindicais do Brasil e dos Estados Unidos, onde foi realizada a maioria das pesquisas, são diferentes, o que agrega relevância ao estudo. Para realização da pesquisa, foram analisadas 119 empresas brasileiras ativas na B3, durante o período de 2012 a 2018, através de dados em painel por efeitos fixos. O modelo de Dechow et al. (2012) foi utilizado para detectar o gerenciamento de resultados por accruals. Para capturar a intensidade da força do trabalho, foi proposta uma nova proxy, baseada na Demonstração de Valor Adicionado, além das proxies apresentadas por Hilary (2006). Os resultados obtidos com base na proxy proposta nesta pesquisa evidenciam que a força de trabalho influencia na prática de gerenciamento de resultados por accruals. Tais achados contribuem para a linha de pesquisa que verifica a interferência da força de trabalho sobre o gerenciamento de resultados, enriquecendo a literatura internacional, tendo em vista que o modelo sindical brasileiro é diferente do norte-americano, onde foi realizada a maioria das pesquisas. Além disso, contribui para as pesquisas nacionais sobre gerenciamento de resultados, haja vista a identificação de um novo determinante potencial para esta prática.