Mineralogia e geoquímica do depósito de níquel laterítico Morro do Engenho, Província Alcalina de Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Grissolia, Eduardo Moussalle lattes
Orientador(a): Misi, Aroldo lattes
Banca de defesa: Barbosa, Natali da Silva lattes, Costa, Marcondes Lima da lattes, Misi, Aroldo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia (PGGEOLOGIA) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37054
Resumo: O depósito de níquel laterítico Morro do Engenho é resultado da atuação de processos intempéricos sobre as rochas máfico-ultramáficas alcalinas que compõem o corpo intrusivo zonado de idade cretácea, pertencente à Província Alcalina de Goiás. Historicamente, o depósito é classificado como do tipo silicático, onde a mineralização está presente principalmente, em filossilicatos como serpentina e clorita. Este estudo tem como objetivo a compreensão dos processos metalogenéticos e controles atuantes na mineralização do depósito de níquel laterítico de Morro do Engenho, através da identificação das fases minerais portadoras de Ni e caracterização litogeoquímica dos perfis de alteração. A metodologia utilizada contou com estudos de petrografia, MEV/EDS, DRX e caracterização litogeoquímica dos perfis de alteração desenvolvidos sobre cada umas das rochas parentais que compõem o corpo. O maciço intrusivo de Morro do Engenho é formado por um núcleo dunítico, circundado por uma zona peridotito/piroxenítica, uma zona gabróica alcalina e mais externamente por uma zona sienito-nefelínica. No perfil laterítico foi possível reconhecer oito horizontes de alteração, empilhados a partir do bedrock como: (i) saprock, (ii) saprólito inferior, (iii) saprólito ferruginoso, (iv) saprólito ocre, (v) zona plasmática, (vi) duricrosta laterítica, (vii) silcrete e (viii) topsoil. A mineralização de Ni está concentrada no saprólito inferior, no saprólito ferruginoso e no saprólito ocre. Os resultados apontaram para a presença de Ni em fases minerais silicáticas representadas por serpentina, clorita e esmectita, assim como em fases óxido, concentrado em oxihidróxidos de Fe e Mn. A área deprimida, inserida entre as duas elevações topográficas principais, apresenta os maiores enriquecimentos em Ni, os quais podem chegar até 40%. A atuação de fatores hidrodinâmicos, através de dissolução/precipitação de silicatos nos horizontes saprolíticos do núcleo dunítico, são sugeridas como possíveis agentes atuantes na remobilização do Ni, dentre outros elementos móveis, para zonas planas topograficamente. A geometria do depósito Morro do Engenho mostra que a redistribuição lateral através dos fatores hidrodinâmicos poderia também explicar a mineralização de áreas periféricas ao núcleo dunítico, compostas por perfis lateríticos derivados de piroxenito e gabro. A direção do fluxo regional de águas subterrâneas, influenciada fortemente pela topografia, também seria um fator importante na remobilização do Ni, assim como o transporte mecânico de materiais lateríticos. A mineralização dominante no depósito Morro do Engenho é do tipo silicática, concentrada em hidrossilicatos de Mg e argilominerais com participação importante de mineralização do tipo óxido, presente, sobretudo, em oxi-hidróxidos de Fe e Mn. As discussões aqui apresentadas contribuem para a compreensão dos processos metalogenéticos atuantes na gênese de depósitos de Níquel laterítico a partir de corpos máfico-ultramáficos e fornecem subsídios para campanhas de exploração de depósitos similares.