Inglês como língua franca e inteligibilidade de fala: um estudo com usuários brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Gabriela Rodrigues Nobre de
Orientador(a): Siqueira, Domingos Sávio Pimentel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27840
Resumo: Considerando o inegável papel ostentado pela língua inglesa no mundo contemporâneo, este trabalho investigativo insere-se em um contexto de discussão cada vez mais presente na área da Linguística Aplicada: a perspectiva do inglês como língua franca global. Neste paradigma, o inglês é concebido como uma língua democrática, pertencente a todos os seus usuários e, portanto, desvencilhada da autoridade dos chamados usuários nativos, especialmente das nações (ainda) hegemônicas Inglaterra e Estados Unidos. O Inglês como Língua Franca (ILF) valoriza cada falante em suas particularidades e coloca como prioridade a busca pela compreensão mútua, mais do que pelo “ideal” do falante nativo, concepção, infelizmente, ainda bastante vigente. Tomando esta consideração como ponto de partida, o presente estudo, de caráter exploratório e qualitativo, teve como objetivo investigar, elencar e discutir os aspectos relacionados à inteligibilidade de fala de brasileiros fluentes de língua inglesa. Configurada como estudo de caso, a pesquisa contou com a participação de cinco brasileiros, que gravaram amostras de fala espontânea em inglês. Estas amostras foram submetidas a dois tipos de análises: (1) avaliação da inteligibilidade de fala em escala de cinco pontos por ouvintes de diferentes nacionalidades; e (2) avaliação fonético-acústica. A partir da triangulação dos dados obtidos com as diferentes análises, foi possível levantar alguns pontos de discussão relevantes. Em primeiro lugar, verificamos que o usuário brasileiro fluente de ILF carrega, em sua pronúncia, particularidades da sua língua materna, como já também demonstrado em estudos anteriores. Em segundo lugar, constatamos que a presença destas características não afeta a inteligibilidade de fala. Assim, podemos sinalizar que é perfeitamente possível alcançar uma fala inteligível sem a necessidade de aderir às normas do falante nativo de língua inglesa, o que se torna totalmente indesejável no contexto de ILF, no qual a identidade dos usuários tem especial importância nas interações interculturais das quais eles farão parte. Pudemos verificar também que a análise acústica tem potencial para se tornar um recurso importante nas pesquisas em ILF, uma vez que permite a identificação dos elementos característicos das falas dos usuários brasileiros. Desta forma, a presente pesquisa vem oferecer mais uma contribuição à área de investigação em ILF, promovendo um maior debate em especial no que se refere à pronúncia e às implicações para o ensino da língua inglesa.