Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Verônica Gomes |
Orientador(a): |
Dazzani, Maria Virgínia Machado |
Banca de defesa: |
Dazzani, Maria Virgínia Machado,
Lajonquière, Leandro de,
Fernandes, Andréa Hortélio,
Plaisance, Eric,
Pirone, Ilaria,
Farias, Larissa Soares Ornellas |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31373
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Resumo: |
O presente estudo aborda o tema da inclusão escolar das crianças com autismo. Este tema, embora nasça no campo educacional, vem sendo ampliado a partir da articulação com outros campos do saber, tais como Direito, Psicologia, Medicina, Fonoaudiologia, dentre outros. A inclusão escolar envolve um posicionamento ético e político, e tem sido marcada pelo slogan “Educação para Todos”, o qual atravessa a prática educativa como uma palavra de ordem. Essa realidade revela sua importância diante de uma história marcada pela segregação escolar. Entretanto, o ato de “incluir” uma criança na escola regular tem se tornado um imperativo social - “temos que incluir” – que deixa de lado os aspectos da singularidade clínica que atravessam uma criança. De modo geral, os estudantes são reunidos simplesmente em grupos de acordo com os diagnósticos médicos que recebem, a partir dos quais são estabelecidas “estratégias inclusivas” no sentido de “garantir” a inclusão escolar, não possibilitando um espaço para que os aspectos relativos ao sujeito compareçam singularmente no processo de escolarização. Diante disso, este estudo considera que a reunião das crianças em grupos direciona uma inclusão escolar que obedece um modelo estrutrado em “pacotes” e, em contraposição, apresenta uma proposta voltada para uma “inclusão artesanal”. Nesse sentido, a proposta da “inclusão artesanal” é pensada como um processo que considera que o ato de incluir deve acontecer partindo do caso a caso e não como uma inclusão em série (característica industrial). Além disso, a “inclusão artesanal” contempla a dimensão da constituição psíquica, sendo esta considerada tarefa da educação, de uma primeira educação. Para análise do tema proposto, compreende-se que a psicanálise sugere uma leitura importante sobre a educação e pode ofertar a noção da ética do sujeito para uma prática educativa que intenciona ser inclusiva. Desse modo, o objetivo da pesquisa foi identificar e analisar os elementos artesanais no processo inclusivo de estudantes autistas, matriculados na rede pública e privada de ensino brasileiro, a partir da experiência do Acompanhamento Terapêutico Escolar (ATE). A pesquisa é de natureza qualitativa e utiliza o estudo de caso de dois estudantes diagnosticados como autistas, os quais foram assistidos por acompanhantes terapêuticos escolares em seus processos de inclusão. A análise das experiências de inclusão escolar dos estudantes foi elaborada a partir dos desdobramentos de cada caso. Foram construídos eixos de análise, os quais serviram como organizadores para a leitura analítica do fenômeno em questão, sob a ótica da psicanálise. Consideramos que os casos ilustram os efeitos de uma proposta de inclusão artesanal, pois, através da experiência inclusiva e prática do ATE, alguns atores escolares mostraram investimento e aposta em seus estudantes enquanto sujeitos e estes revelaram avanços importantes em seus processos de escolarização, sobretudo nos aspectos constitutivos e na possibilidade de construção do laço social. |