O ornitorrinco no espelho: administração política e cotidiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Matos, Lara Sousa lattes
Orientador(a): Santos, Reginaldo Souza lattes
Banca de defesa: Santos, Reginaldo Souza lattes, Ribeiro, Elizabeth Matos lattes, Martins, Paulo Emílio lattes, Santos, Elinaldo Leal lattes, Mendes, Ariston Azevêdo lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35618
Resumo: O trabalho ora apresentado foi desenvolvido no campo da Administração Política, que define como objeto próprio de estudo a gestão das relações sociais para o alcance de condições dignas de vida para toda população. Nesse contexto, buscouse compreender a gestão das relações sociais que se desenrolam no cotidiano. O intuito é apreender a aproximação não determinista entre a Formação Social brasileira, simbolizada pelo ornitorrinco, e as formas de vida que modificam sua imagem no espelho. Em assim sendo, as artes de fazer da cultura popular devem promover uma virada antropológica para as políticas públicas. O pragmatismo poiético foi utilizado como corrente filosófica que orienta a construção do conhecimento, pois assume a interação prática entre os sujeitos entre si e com o mundo, pondo a ação sensível no centro das atenções. O cotidiano, por seu turno, foi estudado tomando-se por base as proposições de Certeau (1994) sobre as maneiras de fazer do homem comum, atentando para a natureza criativa e antidisciplinar que possuem. De modo convergente, o conceito de carnavalização elaborado por Bakhtin (2010), como movimento cotidiano festivo e revolucionário que é, surgiu como elemento indispensável para completude da análise. Essa análise foi empreendida diante de uma obra literária ficcional, O Auto da Compadecida de Ariano Suassuna. A literatura é apresentada como fonte legítima de pesquisa haja vista as suas forças e faces, em conformidade com o disposto por Cândido (2004) e Barthes (2007). Concluiu-se que as práticas cotidianas, como táticas, possuem um aspecto político importante, pois visam fazer valer as possibilidades dos oprimidos diante dos opressores, e como tal são iniciativas de caráter emancipatório que devem ser observadas com atenção em todo o ciclo das políticas públicas. Outras práticas cotidianas colaboram para restaurar uma sociabilidade deteriorada, levando adiante valores que fogem da prescrição individualista corriqueira, e de modo semelhante devem ser consideradas como insumos importantes para o pensar e agir do Estado.