Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Nunes, José de Anchieta Cintra da Costa |
Orientador(a): |
Barros Junior, Francisco Carlos Rocha de |
Banca de defesa: |
Ferreira, Carlos Eduardo Leite,
Zanata, Angela Maria,
Barros Junior, Francisco Carlos Rocha de,
Sampaio, Cláudio Luiz Santos |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ecologia e Biomonitoramento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19569
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Resumo: |
Entender os efeitos da estrutura do habitat sobre a densidade de peixes é fundamental para avaliar por quais variáveis estes são influenciados. A composição do substrato é uma variável ambiental capaz de influenciar comportamento e distribuição dos peixes. A estrutura distinta e a fauna associada a diferentes tipos de substrato podem oferecer diversos tipos de recursos (e.g. presas e refúgios), assim as características estruturais dos substratos podem influenciar as atividades e densidades dos peixes. O comportamento de forrageio é um aspecto importante no uso do habitat pelos peixes. Recentemente estudos realizados em campo e laboratório investigaram os efeitos do fluxo d’água sobre o comportamento e processos energéticos de peixes recifais. Exposição a ondas foi indicada por estes estudos como um dos fatores que influenciam as atividades dos peixes e as seguintes generalizações foram feitas: peixes com diferentes capacidades natatórias respondem em diferentes graus ao hidrodinamismo e em locais com intenso fluxo d’água, os peixes passam mais tempo abrigados refúgios (ex. tocas). A formação de cardumes é conhecida como um importante mecanismo anti-predador, os benefícios de ‘muitos olhos’ incluem a detecção rápida, além de gerar confusão, aos predadores, reduzindo sua eficiencia. Além disso, o compartilhamento de informações no cardume pode resultar em uma menor procura por comida. Dentre as famílias de peixes recifais, Labridae é uma das mais diversas e comuns em recifes rasos com aproximadamente 600 espécies encontradas em águas tropicais, subtropicais e temperadas dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. A maioria das espécies não ultrapassa 25 cm de comprimento, embora o tamanho máximo registrado alcance 2 m. Para a maioria das espécies as fases iniciais (FI) e terminais (FT) são facilmente identificados visualmente, além do sexo. As espécies maiores possuem importância econômica, pois são utilizadas na alimentação, enquanto que as menores são comercializadas com fins ornamentais. Os labrídeos possuem grande diversidade no formato do corpo e nas adaptações voltadas para alimentação e, consequentemente, possuem grande versatilidade trófica; sendo importantes na estruturação da comunidade recifal. São comumente invertívoros, enquanto outros quando jovens, são considerados limpadores, removendo ectoparasitos e tecido necrosado de outros peixes. Apesar da família Labridae ter sido foco de estudos nos Oceanos Pacífico e Atlântico Norte, poucos são conhecidos no Atlântico Sul. Estes peixes exibem uma diversidade de padrões comportamentais e de microhabitats preferenciais durante o forrageio, apesar dos avanços no entendimento entre o forrageio de peixes e escolha de micro-habitats da família Labridae, a maioria dos estudos foram conduzidos em ambientes com alta diversidade de corais. Estes ambientes são estruturalmente complexos e oferecem uma ampla gama de condições ambientais, como consequência esses peixes podem se especializar para viver/usar ambientes com características particulares. Nós estudamos a influência da complexidade do habitat, tamanho do grupo e exposição as ondas sobre as densidades e atividade de forrageio, incluindo a influencia do tamanho do cardume e fase de vida sobre forrageio, de três espécies do gênero Halichoeres (Labridae), sendo duas endêmicas, em nove costões rochosos tropicais no Brasil. Essas espécies são influenciadas pela exposição de ondas, em geral, fases iniciais destas espécies foram mais influenciadas com a exposição do que as fases terminais, exceto H. brasiliensis FT que não teve influência da exposição sobre atividade de forrageio. Embora as FI tivessem associações com rugosidade e algas e FT com profundidade, a complexidade do habitat não influenciou o forrageio dessas espécies. Nós também encontramos variações no microhabitat preferencial de forrageio e diferenças no conteúdo estomacal foram observadas entre as espécies e as fases. O tamanho do cardume influenciou a atividade de forrageio, exceto para H. brasiliensis. Nós acreditamos que o uso comportamental de microhabitats pode ser uma grande ferramenta para investigar padrões de distribuição entre recifes de coral e costões rochosos tropicais, gerando subsídios para seu manejo e conservação. |