Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Renata Gomes de |
Orientador(a): |
Rowe, Diva Ester Okazaki |
Banca de defesa: |
Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt,
Dias, Sônia Maria Rodrigues Calado,
Maia, Letícia Gomes,
Monteiro, Plínio Rafael Reis |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23558
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Resumo: |
Diferentes tipos de vínculos podem se estabelecer entre organizações e indivíduos, entre eles, o denominado comprometimento organizacional. Para gerenciá-lo é preciso compreender seus antecedentes, fatores que o geram. Pesquisas apontam as políticas de gestão de pessoas como um desses fatores. Contudo, é ressaltado que o desenvolvimento do comprometimento organizacional nos indivíduos depende mais de como estes percebem e experimentam estas políticas do que da forma como essas políticas são formuladas. Isto se deve ao fato de que a percepção das políticas de gestão de pessoas pode levar a um sentimento de inequidade, quando o indivíduo faz um balanço entre recompensas recebidas e investimentos feitos na organização, ou seja, se considera justas estas recompensas quando comparadas com seu esforço em prol da organização. A maneira como os indivíduos percebem a justiça também é apontada por diversas pesquisas como um dos fatores que geram o comprometimento organizacional. Com o intuito de melhor compreender a dinâmica do comprometimento organizacional e a influência destes dois construtos, tidos como antecedentes do comprometimento organizacional, determinando as direções de causalidade, o objetivo desta pesquisa consistiu em verificar as influências da percepção de políticas de gestão de pessoas e da percepção de justiça organizacional como preditores do comprometimento organizacional ao longo do tempo, entre professores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT). A escolha por esta categoria profissional se deve aos poucos estudos sobre comprometimento entre professores. Além disso, a categoria de professores da EBTT apresenta como peculiaridade o fato de atuar em diferentes níveis de ensino (ensino médio, técnico, graduação e pós-graduação). A maioria dos estudos que exploram as influências destes construtos sobre o comprometimento organizacional apresenta uma abordagem transversal, o que pode não revelar relações importantes, já que variáveis pessoais tendem a variar ao longo do tempo e percepções podem ser alteradas com o tempo. Assim, uma melhor compreensão de como os fatores atuam sobre o comprometimento, de forma a compreender a direção causal entre os correlatos, demanda estudos longitudinais. Em face desta lacuna, a presente tese se propôs a efetuar uma pesquisa quantitativa usando uma abordagem longitudinal cuja unidade de análise são os professores da Rede Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Por meio de survey on line foi aplicado um questionário contendo escalas validadas no contexto brasileiro e questões sobre os dados pessoais e ocupacionais. A coleta de dados foi realizada em três momentos. Para análise dos dados foram utilizados modelagem de equações estruturais, modelagem de crescimento latente e modelo de regressão Partial Least Square. Os resultados foram apresentados por meio de cinco artigos. Os dois primeiros artigos se concentram na adaptação cultural e obtenção de evidências de validade de duas das escalas utilizadas, ainda não utilizadas no Brasil. Os resultados também apresentam uma análise de como os professores da amostra percebem os construtos por meio de uma abordagem transversal. O primeiro artigo revelou que os professores apresentam um alto nível de intensidade de sacrifícios associados com a saída e que este valor é maior entre os professores que ocupam cargos de direção. Os resultados do segundo artigo revelaram que os professores têm uma percepção mais positiva da justiça organizacional nas dimensões interacional e distributiva de tarefas. No terceiro artigo foi realizada uma análise bibliométrica de artigos longitudinais sobre o comprometimento organizacional. Foram utilizados artigos disponíveis nas principais bases das áreas de Administração e Psicologia do Portal de Periódicos da Capes publicados entre 2003 e 2015. Apesar do crescimento na publicação de estudos longitudinais sobre Comprometimento Organizacional e do crescente uso de técnicas de análise de dados mais complexas, a produção continua concentrada na América do Norte e Europa. O quarto artigo analisou a relação longitudinal entre a percepção de políticas de gestão de pessoas e o comprometimento organizacional, não encontrando influências significativas para os três tempos. No último artigo, verificou-se o papel mediador da percepção de justiça organizacional na relação entre percepção de práticas de gestão de pessoas e comprometimento organizacional ao longo do tempo e analisaram-se os efeitos indiretos da percepção de políticas de gestão de pessoas sobre o comprometimento organizacional. O papel mediador da percepção de justiça organizacional na relação foi encontrado, mais especificamente entre a categoria Envolvimento e comprometimento organizacional em todas as suas dimensões, entre Recompensas e Comprometimento Instrumental e Condições de Trabalho e Comprometimento Afetivo. Os resultados dos estudos longitudinais confirmaram os argumentos de pesquisadores do comprometimento organizacional de que a influência das práticas de gestão de pessoas sobre o construto tem efeitos limitados e que pode ser mediada por outros constructos. Sugere-se que em estudos futuros seja adotada uma abordagem centrada na pessoa o que permitiria a detecção de interações complexas entre variáveis que são difíceis de serem detectadas ou interpretadas usando uma abordagem centrada na variável. |