Conhecimentos locais como base para o desenvolvimento de uma abordagem didática de genética no ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santana, Ana Queila Neves
Orientador(a): Almeida, Rosiléia Oliveira de
Banca de defesa: Andrade, Mariana Aparecida Bologna Soares de, El-Hani, Charbel Niño
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24162
Resumo: Em estudos sobre ensino de Ciências argumentos favoráveis à aproximação do conhecimento científico ao cotidiano dos alunos são frequentes, já que esta estratégia pode gerar melhores resultados educacionais. Análises sobre a aprendizagem de conteúdos de genética evidenciam que nem mesmo os conceitos básicos desta ciência são compreendidos pelo público estudantil. Tal condição pode ser atribuída, dentre outros fatores, à falta de contextualização social dos conteúdos, o que normalmente configura-se em um problema educativo no ensino de Ciências. O planejamento de uma prática didática que leve em consideração os saberes cotidianos para abordar noções de genética no ensino fundamental pode ser uma estratégia promissora. Nesse sentido, sugerimos a utilização da Anemia Falciforme como referência para o ensino de conceitos de genética, visto que a doença é apontada como a alteração genética mais comum no mundo. A partir dessa perspectiva, foi realizado um estudo empírico que aliou estratégias da pesquisa etnográfica para sondagem do entendimento de moradores da Ilha de Maré sobre herança genética e doenças hereditárias, em especial sobre a Anemia Falciforme, a fim de levar em consideração seus saberes cotidianos ao mediar o conhecimento científico. Tal estudo se deu na Ilha de Maré, uma comunidade quilombola que está localizada na cidade de Salvador. Durante o ano de 2013 foram entrevistados 26 moradores de 3 comunidades da Ilha. As entrevistas foram semiestruturadas e adotou-se a técnica de amostragem por acessibilidade ou conveniência. Também foram realizados registros sistemáticos das observações em um caderno de campo. Constatou-se, entre outros fatores, um alto índice de casamento consanguíneo, fato que contribui para a alta incidência da Anemia Falciforme na região, uma vez que se trata de uma doença autossômica recessiva. Também se notou um conhecimento superficial acerca de herança genética, bem como de doença hereditária, o que pôde ser evidenciado através das respostas ambíguas e dos questionamentos realizados pelos entrevistados. Os resultados serviram como subsídio para o planejamento de um curso de capacitação para professores da educação básica, que foi oferecido na modalidade semipresencial e teve 40 horas de duração. Optou-se por este formato buscando ampliar o ambiente de integração para visando dispor mais recursos analisar a participação dos professores. Dessa forma foi possível pesquisar a visão dos professores quanto à viabilidade da transposição de conceitos de genética para o ensino de noções de genética no ensino fundamental, tendo a Anemia Falciforme como referência. Assim, a atividade principal do curso foi à construção colaborativa de uma sequência didática para aprendizagem de noções de genética por estudantes do 8º ano do ensino fundamental, a partir da abordagem contextualizada da Anemia Falciforme. Para isso os professores refletiram sobre os resultados dessa pesquisa ao contextualizar o assunto para esse público estudantil.