A Poética da Improvisação e o Acaso no Processo Cênico do Espetáculo O Seguinte é Isso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Freitas, Waldete Brito Silva de
Orientador(a): Grebler, Maria Albertina Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27498
Resumo: A presente tese consiste na análise estética e reflexiva do uso da improvisação na dança, a partir dos procedimentos e encenação do espetáculo O Seguinte é Isso, apresentado desde 2007, pela Cia. Experimental de Dança Waldete Brito. Investiga-se este processo para desvelar a maneira como os intérpretes-criadores servem-se dos recursos da improvisação na dança e o modo subjetivo de slecionar e reorganizar o repertóri de movimento a cada nova situação surgida na imprevisibilidade da cena. O conceito de improvisação coaduna-se com o pensamento de Nachmanovitch, que afirma ser este movimento um recurso autêntico e indispensável à criatividade, um fazer cujo sentido se organiza por si mesmo. Para compreender a multuplicidade criativa gerada na particularidade deste procedimento aberto a novos arranjos coreográficos, elegeu-se a Fenomenologia da Percepção de Merleau-Ponty. Esta escolha permite revelar de modo particular a interface estética criativa que permeia a improvisação dos intérpretes-criadores, a partir da percepção consciente de si mesmo e do lugar no qual o espetáculo se constrói. Para o estudo do Processo Criativo foi fundamental a abordagem de Cecília Salles, pela compreensão da diversidade dos mecanismos individuais na construção do percurso coreográfico deste trabalho, assim como o Acaso Artísticos proposto por Fayga Ostrower e o conceito de Bricolagem sob a ótica de Joe Kincheloe, em que um dos princípios basilares é entender a multiplicidade de discursos e os modos de produção do conhecimento na inter-relação sujeito e ambiente, multiplicidade esta que se materializa esteticamente por mrio da dialética polifônica de um coletivo de artistas com vivencias corporais em diferentes estéticas coreográficas. Sublinha-se como opções metodológicas a pesquisa-ação, em função do seu aspecto social que possibilita pesquisadores e participantes compartilhare ideias e ações. A etnopesquisa se delineia como o procedimento de observação das circunstâncias determinadas e indeterminadas pela autonômia criativa dos intérpretes-criadores. As entrevistas realizadas com os participantes deste processo cênico somadas as observações via vídeo dos ensaios e apresentações serviram para análise da dramaturgia geral e encontrar respostas aos questionamentos desta pesquisa. Conjectura-se que o intérprete-criador, à medida que exercita os recursos da improvisação, desenvolve certa capacidade criativa e uma veloz habilidade de autopercepção cênica das situações que ocorrem à sua volta.