Avaliação da produção de anticorpos IgG e IgE específicos em pacientes alcoolistas infectados por Strongyloides stercoralis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Allan da Cruz lattes
Orientador(a): Soares, Neci Matos lattes
Banca de defesa: Soares, Neci Matos lattes, Pinheiro, Carina da Silva lattes, Neves, Fred Luciano Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40495
Resumo: Introdução: Strongyloides stercoralis é o principal agente etiológico da estrongiloidíase humana e infecta aproximadamente 600 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. As infecções causadas pelo S. stercoralis geralmente são crônicas e assintomáticas, podendo persistir por décadas sem diagnóstico. Entretanto, em indivíduos com a reposta imune alterada, a exemplo dos alcoolistas, a infecção pode evoluir para as formas graves, hiperinfecção ou disseminação. Objetivo: Avaliar os níveis dos anticorpos IgG e IgE anti- S. stercoralis circulantes em pacientes alcoolistas e correlacionar com a produção de citocinas. Material e métodos: Foram avaliados 44 pacientes alcoolistas, com idade entre 20 a 65 anos, com diagnóstico clínico de alcoolismo crônico, atendidos no Centro de Acolhimento e Tratamento de Alcoolistas (CATA)/Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), sendo 20 infectados com S. stercoralis e 24 sem infecção, além de 38 pacientes não alcoolistas atendidos no Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia (LACTFAR) / Universidade Federal da Bahia (UFBA), dos quais 18 infectados com S. stercoralis e 20 sem infecção, pareados por idade e sexo com os pacientes alcoolistas. O diagnóstico parasitológico foi realizado por meio de três métodos: sedimentação espontânea, Baermann-Moraes e Cultura em Placa de Ágar. A detecção dos anticorpos IgG e IgE anti-S. stercoralis e a determinação dos níveis de citocinas séricas foram realizadas por meio do Ensaio de Imunoezimático (ELISA). Resultados: Os ELISAs para detectar a produção de anticorpos IgG e IgE anti-S. stercoralis demonstraram sensibilidades e especificidades de 94,4 e 100% e de 77,8 e 95,0%, respectivamente. Foi observada que a produção de IgG específica foi mais elevada nos pacientes alcoolistas infectados com S. stercoralis quando comparados aos não alcoolistas infectados. Embora os níveis de IL-2 circulante nos dois grupos não tenham apresentado diferenças significativas, houve correlação positiva entre a produção de IgG específica e os níveis de IL-2 nos indivíduos alcoolistas infectados por S. stercoralis (r = 0,402, p = 0,079) e negativa nos indivíduos não alcoolistas infectados por S. stercoralis (r = -0,551, p = 0,017). Não foram observadas outras correlações com as demais citocinas avaliadas. Conclusão: Os achados deste trabalho indicam que o álcool atuou sinergicamente com a infecção por S. stercoralis para produção de anticorpos.