Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Nery, Maria Goreth e Silva |
Orientador(a): |
Brito, Cristovão de Cássio da Trindade de |
Banca de defesa: |
Brito, Cristovão de Cássio da Trindade de,
Lima, Carmen Lúcia Castro,
Silva, Gicélia Mendes da,
Castro, Jânio Roque Barros de,
Fernandes, Rosali Braga |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25599
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Resumo: |
O objetivo desta tese foi analisar as principais implicações socioespaciais e produtivas: da instalação de uma grande fábrica de calçados em Itapetinga-BA, da aglomeração de fábricas de calçados em Nova Serrana-MG e em São João Batista- SC. Os aglomerados calçadistas de Nova Serrana-MG e São João Batista-SC foram sendo constituídos a partir do saber fazer na fabricação de calçados cujo processo data dos primeiros anos do século XX. A localização das unidades produtivas espraia-se pela cidade em meio aos espaços onde se “misturam” fábricas, residências e comércio. Em Itapetinga-BA a instalação de uma única fábrica de calçados baseou-se na politica de incentivos fiscais e creditícios implementada pelo Governo do estado da Bahia sob uma agressiva ação de atração de empresas no âmbito da “guerra fiscal”. Esta ação atraiu quase uma centena de estabelecimentos sediados em 50 municípios baianos sem formar uma cadeia produtiva adensada. A “guerra fiscal” através dos benefícios concedidos atraiu para Itapetinga-BA o grupo empresarial calçadista Vulcabrás/Azaleia, que desde 1998 implantou a sede de produção no distrito industrial e 18 filiais foram instaladas em dez municípios no entorno de Itapetinga-BA formando uma base de produção calçadista cuja articulação se dava apenas entre a sede e as filiais. Esta estrutura organizacional da empresa Vulcabrás/Azaleia permaneceu até 2012, com aproximadamente 13.000 postos de trabalho que geravam por mês uma massa salarial de R$ 7.896.912,00 e uma produção de 18 milhões/pares/ano de calçados. A partir desse período foram desativadas as 18 filiais nos municípios adjacentes a Itapetinga-BA. Essa desativação acarretou a demissão de mais de 8.000 empregados, o que resultou em uma grave crise econômica local/regional. A empresa Vulcabrás/Azaleia paga aos empregados salário mínimo, enquanto em nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo pagam aos operários, pelo mesmo trabalho executado cerca de 23,1% e 19,0% a mais do que pagam na Bahia. Acrescentam-se a elevada rotatividade do emprego e a baixa representatividade sindical facilita a acumulação capitalista sem maiores constrangimentos entre capital/trabalho. Conclui-se que as implicações socioespaciais provenientes da instalação e operação da empresa Vulcabrás/Azaleia em Itapetinga-BA resultam num “crescimento econômico precário” por ser incerto, vulnerável e com “prazo de validade”. Em que pese a geração de empego e renda em larga escala a maneira como se processa a atração e permanência dessas empresas na Bahia não promove a emancipação/autonomia socioeconômica do trabalhador, e nem possibilita para o desenvolvimento local/regional apregoado pelo discurso governamental, em razão da economia de enclave criada por não haver sinergias produtivas. |