Resumo: |
Derivados de petróleos são geralmente transportados em polidutos de forma sequenciada o que, inevitavelmente, gera interfaces compostas por ambos os produtos. As frentes dessas misturas podem ter tamanhos diferentes dependendo de algumas propriedades físico-químicas como, por exemplo: velocidade de transporte, distância pela qual os fluidos serão transportados e grau de miscibilidade dos mesmos. Esses fatores tendem a dificultar a identificação do ponto de corte da passagem de forma a se obter um mínimo de contaminação dos fluidos. Neste trabalho, são utilizados espectros nos infravermelhos próximo (NIR) e médio (MIR) como respostas analíticas e características físicas de derivados de petróleo e Álcool Etílico Anidro Combustível (AEAC), como densidade (20/4) e índice de refração, associadas a ferramentas quimiométricas para modelar e caracterizar a composição em qualquer posição no poliduto e a qualquer momento, permitindo assim, uma definição mais exata do momento de corte da interface. Para o estudo foram utilizadas misturas de gasolina (gasolina A – óleo diesel) e (gasolina A – AEAC) e como ferramentas quimiométricas, as correlações lineares simples, a Análise por Componentes Principais (ACP) e a regressão por mínimos quadrados parciais (PLS). Como critérios para definição do melhor modelo foram utilizados a quantidade de componentes principais (CP), a tendência e o RMSEP (Root Means Square Error of Prediction) ou RMSECV (Root Means Squared Error of Cross Validation), de forma que fossem obtidas as melhores combinações entre as componentes, com pequenos erros de predição possíveis, e que as variáveis respostas atingissem um nível satisfatório de desempenho. Após validação, foram feitas previsões com os modelos utilizando um grupo de medidas que não foi incluído na construção do modelo. A diferença entre os valores previstos pelo modelo e os de referência foi comparada com a reprodutibilidade dos métodos de referência utilizados no ensaio. Foi observado que para as misturas álcool – gasolina, os resultados são melhores. Já para as misturas gasolina A e óleo diesel, estes são apenas satisfatórios. Com estes resultados pode-se dizer que é possível separar os derivados estudados, mas que o uso do infravermelho, tanto médio como próximo, ainda necessita melhorias para que possa ser aplicado em medições on line. |
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