Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Ramon Cerqueira |
Orientador(a): |
Dazzani, Maria Virgínia Machado |
Banca de defesa: |
Lordelo, Lia da Rocha,
Oliveira, Maria Cláudia Santos Lopes de,
Pinheiro, Marina Assis,
Pontes, Vívian Volkmer |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27216
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Resumo: |
As transições escolares se constituem como objeto de estudo de muitos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento. Os estudantes, comumente, encontram alguma dificuldade em negociar as transições escolares ao longo de suas vidas acadêmicas. As demandas cognitivas, relacionais e institucionais dos contextos escolares convocam os adolescentes a solucionarem diversas tensões no self educacional, o que desencadeia, por vezes, transformações em suas identidades. O objetivo deste estudo foi compreender os processos de constituição do self envolvidos na passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio profissionalizante, enfatizando as rupturas-transições e as Posições do Eu, que possam emergir na dinâmica que configura o self educacional. Para tanto, foi realizado um estudo longitudinal, durante um ano, utilizando-se de entrevistas narrativas numa instituição profissionalizante de nível médio e respostas de conversas por e-mail ao pesquisador. Participaram do estudo três estudantes (um estudante do sexo masculino e duas estudantes do sexo feminino) provindos de cidades diferentes, os quais foram acompanhados ao longo de um ano na escola. A fim de facilitar a organização da análise, os dados foram analisados concomitantemente, a partir de: 1) identificação de aspectos críticos na narrativa relacionados à transição escolar e a possíveis rupturas-transições; 2) seleção de períodos nos quais aparecem situações de interações dialógicas com outros significativos; 3) análise dos trechos de narrativa, tomando-se em consideração os conceitos de mediação semiótica, de Valsiner, o de self dialógico, de Hermans, Kempen e van Loon, o de self educacional, de Marsico e Iannaccone e o de estratégias de bypass semiótico de Valsiner e Josephs e 4) a metáfora da exotopia como uma propriedade de uma Posição de Eu, a partir das noções de Bakhtin. A partir da literatura sobre transições e dos estudos da psicologia cultural semiótica, pudemos propor quatro dimensões para o self educacional, as quais engendram Posições do Eu no sistema autodialógico: 1) Dialogicidade com atores significativos para a vida acadêmica; 2) A percepção de autoeficácia acadêmica; 3) Pertencimento à instituição e 4) Projeção acadêmica e profissional de si no futuro. A noção da exotopia, como uma metáfora bakhtiniana para a Teoria do Self Dialógico, é proposta como sendo uma propriedade e mecanismo regulatório das Posições do Eu. A exotopia é, portanto, uma característica intrínseca de toda e qualquer Posição do Eu. É somente diante da exotopia que estou autorizado a me deparar com algum outro, que uma Posição do Eu pode dialogar com outra. É essa umas das condições mais fundamentais para o estabelecimento da interação, da multivocalidade, da dialogicidade no funcionamento polifônico do self, especialmente em situações eminentemente transicionais. |