Um "Rolê" na cidade: movimentações juvenis e disputas espaciais em orlas de Salvador-BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ribeiro, Tatiana Costa lattes
Orientador(a): Uriarte, Urpi Montoya lattes
Banca de defesa: Uriarte, Urpi Montoya, Frúgoli Junior, Heitor, Rosa, Thaís Troncon, Serpa, Angelo Szaniecki Perret, Tavares, Fátima Regina Gomes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34762
Resumo: Esta tese tem como objetivo apreender as formas de movimentações urbanas de jovens moradores das periferias de Salvador - Ba. Através da construção de uma etnografia “multilocal”, seguimos com eles e elas seus percursos, estivemos em meio as suas experiências de ocupação e apropriação dos espaços da cidade. Para tanto, partimos de pontos da Orla Atlântica, mais especificamente, das orlas localizadas nos bairros da Barra, Rio Vermelho e Itapuã. A construção da etnografia exigiu um exercício de recuperação da constituição populacional de cada uma dessas regiões da cidade, contribuindo para a ideia de que falamos em orlaS, como espaços a beira-mar detentores de particularidades históricas e sociais que afetam as dinâmicas de usos dessas, bem como, dos usos juvenis. Tal perspectiva de análise revelou que as formas de interação nas orlaS são permeadas por disputas espaciais. As práticas de lazer, na maioria dos casos, por mais que não estivessem voltadas para ações políticas organizadas, estavam entrelaçadas às diferenças sociais, de gênero e de raça. Estas realidades os demandavam viver, a todo tempo, tendo de se deparar e de enfrentar as desiguais condições de existência nessa cidade. Por onde os jovens se movimentassem suas relações eram carregadas de resistência, seja numa situação de bullying entre amigos, seja nas relações com policiais, comerciantes e jovens de outras classes sociais. Também a movimentação dos jovens nos espaços das orlas pesquisadas nos impeliu a atualizar a noção de grupos juvenis e a analisar suas territorializações dos espaços em termos de tipos de agrupamentos juvenis. As particularidades encontradas em cada orla confluíram para arranjos relacionais específicos, sendo assim, quando falamos em seus “agrupamentos flexíveis” estamos nos referindo a práticas juvenis que ocorrem de forma mais temporária, itinerante e atravessada de maior diversidade de pessoas e quando falamos em “agrupamentos costumeiros” nos referimos a associações rotineiras, dotadas de laços íntimos e de conflitualidades. Ambos os tipos de relações são caracterizadas pela fluidez no arranjo de jovens; não há restrições e regras internas que os tornem um grupo fechado.