Paisagens-grafite em São Paulo: reinvenções da vida urbana e do habitar as cidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Patrícia Ponte de
Orientador(a): Silva, Maria Auxiliadora da
Banca de defesa: Serpa, Angelo Szaniecki Perret, Marandola Junior, Eduardo José, Wanner, Maria Celeste de Almeida, Silva, Roselene Cássia de Alencar
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32342
Resumo: Quando passamos pelas ruas das grandes cidades, é muito difícil não encontrarmos grafites ao repararmos em suas paisagens. Em algumas, eles são quase onipresentes; em outras, requerem um pouco mais de atenção para serem notados. Fenômeno cuja origem data do final da década 1960, o grafite contemporâneo tem passado por importantes transformações nas últimas décadas, decorrentes da sua inserção no mercado formal de arte e das novas relações travadas com as gestões municipais. No caso específico da cidade de São Paulo, encontramos um campo fértil de observação e investigação dessa atual conjuntura, em uma cena que é considerada das mais dinâmicas do mundo. Com essa pesquisa, buscamos compreender os processos de criação espacial que dão origens a essas paisagens – as paisagens-grafite -, a partir das experiências de seus criadores, os grafiteiros. Para tanto, realizamos entrevistas e os acompanhamos em suas diversas práticas, buscando revelar os significados dessas experiências espaciais e as formas pelas quais elas podem transformar suas relações com a cidade e suas maneiras de habitá-la. Seguindo o método fenomenológico, visamos aliar nossa prática de campo ao entendimento do mundo-da-vida geográfico, das intersubjetividades e das aparições dos fenômenos, em uma perspectiva fundamentada nas contribuições de autores como Edward Relph, Sartre e Merleau-Ponty. Aprofundando-nos nas paisagens como experiência, contamos com as bases teóricas propostas por Eric Dardel, Augustin Berque, e, especialmente, Jean-Marc Besse, que nos leva à dimensão do habitar e suas relações com a vida urbana, entendida segundo o pensamento lefebvriano. Entendendo a cidade como obra e produto, originada dos processos de criação e produção espacial, buscamos também compreender as relações entre arte e grafite e as distintas modalidades relacionadas (arte urbana, street art e pichação) e as relações entre poder público e grafite, analisando como exemplos as gestões municipais de Fernando Haddad e João Dória. Por fim, buscamos analisar diferentes contextos do grafite no mundo a partir das experiências de campo em cidades europeias, a fim de identificar semelhanças e diferenças em relação ao grafite paulistano, visando compreender de forma mais ampla suas particularidades.