Determinação de cotinina urinária por HPLC-UV para avaliação da exposição de pacientes asmáticos ao tabagismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vasconcellos, Diego da Silva lattes
Orientador(a): Teixeira, Leonardo Sena Gomes lattes
Banca de defesa: Tavares, Tania Mascarenhas lattes, Teixeira, Leonardo Sena Gomes lattes, Oliva, Sergio Telles de lattes, Santana, Rodolfo de Melo Magalhães
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química 
Departamento: Instituto de Química
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34933
Resumo: Embora o hábito de fumar seja bem antigo, a preocupação a respeito dos malefícios trazidos pelo uso do cigarro é recente, sendo relatada na literatura pela primeira vez na década de 70. A fumaça do cigarro é uma mistura complexa, composta por material particulado e gás, na qual mais de 4000 substâncias já foram identificadas, sendo que, pelo menos, 50 destas apresenta algum potencial cancerígeno. A nicotina presente em maior concentração nesta fumaça é o alcaloide responsável pela dependência. O tabagismo afeta de maneira direta enfermidades do trato respiratório, principalmente indivíduos que apresentam quadro de asma, pois além de agravar os sintomas, traz efeito negativo sobre o tratamento. Nesse sentido, a avaliação do grau de exposição se faz necessário para estimar como este fator está influenciando a resposta do tratamento do asmático. Para tanto, é imprescindível o biomonitoramento do indivíduo à exposição a fumaça de cigarro, através da determinação do metabólito da nicotina mais estável e de maior concentração, a cotinina, eliminada pela urina. Este trabalho teve como objetivo determinar os níveis de exposição de pacientes do Núcleo Excelência de Asma (NEA) através da quantificação da cotinina na urina. Foram analisadas 1317 amostras de pacientes com diferentes graus de quadro asmático (grupo controle, asma leve e asma grave). Os níveis de cotinina foram determinados através da implantação e validação de um método já descrito na literatura que combina a utilização de um padrão interno (PI), 2-fenilimidazol, extração do PI e da cotinina presentes na urina com diclorometano e determinação por cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE) com detecção UV (= 260 nm). A validação consistiu na avaliação de alguns parâmetros descritos pela resolução n° 899 de 29 de maio de 2003 da ANVISA: linearidade, seletividade, precisão (intermediária e repetitividade), exatidão, limites de detecção e quantificação. O método em questão apresentou uma boa linearidade na faixa de trabalho (0-1500 μg.L-1), mostrou-se seletivo ao analito em questão, além de apresentar percentagens de desvio padrão relativo (DRP) aceitáveis para os parâmetros precisão intermediária e repetitividade (8,4 e 6,4% respectivamente para um padrão de cotinina em urina de 100 μg.L-1). A exatidão foi avaliada através da percentagem de recuperação de um padrão de 500 μg.L-1 cotinina em urina, sendo encontrado um valor de 103,4%. Os limites de detecção e quantificação foram 6,46 e 19,59 μg.L-1, respectivamente. Em geral, os pacientes do NEA apresentaram baixos índices de exposição à fumaça do cigarro. Cerca de 86% destes apresentaram concentrações de cotinina urinária abaixo do limite de detecção. Na comparação entre as respostas obtidas pela aplicação de um questionário padrão e os níveis de cotinina que caracterizou o paciente como fumante ativo nos pacientes do grupo controle, asma leve e asma grave verificou-se um percentual de contradição de 1,42, 0,73 e 6,0% respectivamente. Este fato indica que uma parte dos pacientes com asma grave omitem a sua condição de fumante por medo de não ser aceito no programa.