Governança corporativa e conservadorismo contábil: um estudo em empresas da B3

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira, Alison Silva lattes
Orientador(a): Dias Filho, José Maria lattes
Banca de defesa: Dias Filho, José Maria lattes, Pereira, Antonio Gualberto lattes, Castro, Miguel Angel Rivera lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis 
Departamento: Faculdade de Ciências Contábeis
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37838
Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar o valor consultivo (expertise e influência sociopolítica) dos membros do conselho de administração das empresas listadas na B3 como parâmetros relevantes para impactar o conservadorismo contábil, tendo como variável principal a Expertise (formação, experiências, habilidades e competências) e as Relações sociopolíticas (exposição política e vínculos sociocomunitários) como mecanismos mais específicos para apoiar uma boa governança corporativa. Como variável dependente, utilizou-se o Conservadorismo Contábil de Basu. Os dados deste estudo são secundários, com uma amostra composta por 50 firmas da Bolsa Brasil Balcão (B3) cujo subsetores é de entidades cíclicas e não cíclicas em um período de observação entre 2017 a 2019. O método analítico utilizado neste estudo é análise de dados em Painéis balanceado de efeitos fixos, utilizando E-Views 12. Os resultados indicam que as empresas analisadas possuem membros do conselho de administração com mais características de expertise em relação a vínculos sociopolíticos. Esse parâmetro (expertise) tem efeito positivo e significativo em relação ao conservadorismo, o que é um indício de que conselheiros com mais experiência e habilidades técnicas-profissionais tendem a aumentar o nível de conservadorismo e, portanto, da governança corporativa ajudando as empresas a reportarem prejuízos previamente. A variável que define as características sociopolíticas não obteve significância estatística, embora tenha efeito negativo, tal como definido metodologicamente. O modelo que reporta a combinação destas duas variáveis (hibrida) apresentou efeito moderado, significativo e positivo, o que indica que o valor consultivo dos conselheiros impacta no nível de conservadorismo contábil. Estes resultados permitem aceitar as hipóteses 1 e 3. No entanto, as demais variáveis de governança acrescentadas com a finalidade de melhorar o controle não se apresentaram significativas. Já as variáveis financeiras tamanho da empresa e endividamento indicaram efeito significativo para que os resultados contábeis indesejados sejam reportados antecipadamente. Parcialmente, os modelos apresentaram uma média adequação do coeficiente de determinação ajustado (R² ajustado), com 53,87% para o Modelo 1 e 41,36% para a Representação Matemática 2, índices acima dos registros apresentados pela literatura anterior para esse estimador (conservadorismo), sendo este um traço que diferencia este estudo de outros congêneres. Como um número maior de empresas (e de observações) ajudam a obter resultados mais robustos com dados em painéis, sugere-se a utilização de amostras mais amplas e a ampliação da metodologia utilizada, principalmente avaliando outras características profissionais como proxy de influência comunitária-política. Ademais, pode ser interessante utilizar outras variáveis que ajudam a controlar os efeitos da alta regulação brasileira.