Excesso de peso e prática de atividade física entre adolescentes rurais quilombolas e não quilombolas: um estudo transversal
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE |
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33851 |
Resumo: | Introdução: A fase da adolescência, por ser caracterizada por um período de grandes transformações e descobertas é uma fase vulnerável a situações de risco a saúde. O excesso de peso e a prática de atividade física insuficiente podem levar ao surgimento de diversas morbidades e favorecer riscos adicionais que comprometem a saúde do adolescente residente em áreas rurais. Objetivo: Estimar a prevalência do excesso de peso e investigar seus possíveis fatores associados, além de descrever a prática de atividade física, entre adolescentes rurais quilombolas e não quilombolas de Vitória da Conquista, BA. Métodos: Estudo transversal, de base populacional e abordagem domiciliar, realizado com adolescentes de 10 a 19 anos de idade, residentes em comunidades rurais quilombolas e não quilombolas de Vitória da Conquista, BA. O excesso de peso foi descrito por meio do escore-z do IMC por sexo e idade. A razão de prevalência e seu intervalo de confiança de 95% foram utilizados para estimar a associação entre o desfecho e as variáveis explicativas. A análise multivariada foi realizada pela regressão de Poisson com variância robusta e seguiu um modelo com entrada hierárquica das covariáveis, nível de significância menor do que 5% foi adotado. A prática semanal de atividade física em minutos foi mensurada a partir das atividades realizadas em seus diferentes domínios, e foram considerados ativos os adolescentes que praticaram 300 minutos ou mais de atividade física semanal. A variável contínua foi descrita segundo cada variável explicativa por meio da mediana, valor máximo e mínimo. Para avaliação da diferença da prática de atividade física, segundo as covariáveis foram realizados os testes não paramétricos: Mann-Whitney-Wilcoxon e Kruskal Wallis e foi considerado nível de significância menor do que 5%. Resultados: O estudo evidenciou que 18,5% dos adolescentes rurais estavam com excesso de peso, sendo 17,9% entre os quilombolas e 19,0% não quilombolas. Não foram encontradas diferenças significativas do excesso de peso entre os estratos. No modelo multivariado ajustado, o excesso de peso mostrou-se negativamente associado à faixa etária maior e igual a 16 anos, ao hábito regular de consumir o desjejum, e à condição de frequentar a escola. O comportamento de lazer sedentário aumentou a ocorrência do excesso de peso. Para os quilombolas, o excesso de peso permaneceu associado à frequentar a escola. Em relação à prática de atividade física, o estudo demostrou que 45,3% dos não quilombolas e 46,7% dos quilombolas praticavam 300 minutos ou mais de atividade física durante a semana. Os domínios que mais contribuíram para a prática foram os domínios lazer e deslocamento. Para os dois estratos a prática de atividade física foi maior entre os meninos, entre os que trabalhavam, e entre aqueles que relataram existir lugares públicos para a prática de exercícios. Essa prática foi maior também entre os adolescentes não quilombolas que frequentavam a escola e que relataram conhecer programas públicos de incentivo a prática de atividade física. Conclusão: Diante das consequências negativas para a saúde do excesso de peso e dos benefícios da prática de atividade física em idades precoces, ainda são necessárias a potencialização de políticas públicas voltadas para adolescentes residentes em áreas de maiores vulnerabilidades, sobretudo ações de âmbito escolar, levando em consideração a diversidade presente nessas comunidades rurais, suas culturas, crenças e seus hábitos alimentares característicos. |