Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Klüppel, Griselda Pinheiro |
Orientador(a): |
Fernandes, Ana |
Banca de defesa: |
Fernandes, Ana,
Lins, Eugênio de Ávila,
Oliveira, Mário Mendonça de,
Romero, Marta Adriana Bustos,
Andrade, Telma Cortes |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Arquitetura
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24902
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Resumo: |
Os detalhes construtivos da arquitetura habitacional brasileira pretérita, na perspectiva de conforto ambiental, possibilitam a percepção de soluções arquitetônicas e de detalhes construtivos que atendem direta ou indiretamente aos rigores característicos do clima tropical. Este estudo teve como objetivos analisar como a habitação construída no Brasil, ao longo de três séculos, foi sendo transformada para melhor se adaptar aos diversos climas locais; estudar a arquitetura habitacional entendida como “o abrigo”, com respeito ao clima, como a “terceira pele”, capaz de proteger seus ocupantes das condições adversas do entorno imediato, e interagir com esses, a fim de proporcionar-lhes condições de conforto. Buscou-se analisar como o clima pode ter interferido nas transformações processadas nas casas no Brasil, ao longo do tempo e conhecer quais elementos da construção foram introduzidos ou modificados, e as alterações processadas no arcabouço construtivo das edificações, referentes às inserções, ampliações ou supressões de espaços ocorridos, que funcionaram como modeladores das condições ambientais internas para melhorar sua qualidade sob o ponto de vista do conforto ambiental. Metodologicamente, optou-se por uma abordagem analítica, histórica e técnica. Através dos resultados obtidos na aná- lise dos dados coletados, reafirma-se que tanto a arquitetura rural quanto a urbana, construídas no Brasil, foram feitas segundo modelos originários de Portugal. Os pólos de atividades exploratórias extrativistas e agropecuárias desenvolvidos desde os primórdios da colonização, foram responsáveis pela expansão e ocupação do território brasileiro e, muitas vezes, assumiram um caráter regionalista, tanto na forma de exploração como na arquitetura habitacional resultante. Nesse sentido, as distintas tipologias de habitações rurais e os sistemas construtivos, mostraram os vínculos existentes com suas origens em Portugal e com os novos locais onde foram implantadas no Brasil, determinando que as escolhas não se deram de forma aleatória, mas subordinadas tanto às características dos materiais disponíveis quanto ao clima do lugar. Na definição dos novos traçados de vilas a partir da segunda metade do século XVIII, o clima pode ter influenciado na orientação do rumo das ruas para responder às características do lugar geográfico e do clima. Do mesmo modo, o clima influiu nas transformações processadas nos edifícios e na definição dos espaços de moradia, através de diversos detalhes e soluções construtivas utilizadas nas casas urbanas no Brasil. Estas mudanças também resultaram da necessidade de atender às novas propostas urbanísticas e aos novos parâmetros sócio-culturais, político-administrativos, estéticos e ou sanitários, definidos a partir do segundo quartel do séulo XIX. Concluiu-se que, ao longo dos séculos, as experiências acumuladas e as novas proposições e transformações processadas na arquitetura habitacional redundaram, no final do século XIX, em uma construção que, além de atender aos requisitos espaciais resultantes da forma de apropriação e da necessidade de uso dos espaços da moradia e de seus componentes construtivos, principalmente relativos à própria “pele” dos edifícios – de interação direta com o exterior –, vieram contribuir para a melhoria das condições de conforto humano no interior das habitações e em construções melhor adaptadas ao clima. Possibilitaram dessa maneira uma edificação que trabalhasse passivamente com o clima, tirando dele o melhor proveito para garantir melhores condições de conforto e salubridade a seus habitantes. |