A permanência do estudante não tradicional da Universidade Federal da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Adriana Souza lattes
Orientador(a): Soares Junior, Jair Sampaio lattes, Ribeiro, Elizabeth Matos
Banca de defesa: Lion, Samir Elias Kalil, Silva Filho, Aloísio Machado da, Soares Junior, Jair Sampaio, Ribeiro, Elizabeth Matos, Rodrigues, Grace Kelly Marques
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35528
Resumo: A expansão do ensino superior no Brasil, antes restrito a um grupo privilegiado de estudantes com ingresso na idade apropriada, financiados por familiares, com disponibilidade de tempo para se dedicar aos estudos e com boa formação intelectual e escolar, possibilitou o acesso de grupos mais heterogêneos, composto por adultos, trabalhadores, membros de famílias de baixa renda, etc. Nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), historicamente mais elitizadas, o estudante não tradicional (ENT), mesmo com as diversas limitações, deixou de ser minoria, mas muitos não conseguem permanecer até a conclusão do curso. Neste sentido, é importante identificar o perfil do estudante não tradicional da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e os fatores que influenciam sua permanência, visando trazer a discussão para a gestão universitária de modo a qualificar o atendimento desses estudantes, principalmente, quando é cada vez maior a escassez de recursos. Como procedimento metodológico foi utilizada a pesquisa exploratória com levantamento amostral realizado em duas etapas com 76 estudantes de graduação da UFBA. Foram utilizados dois questionários, o primeiro para identificar o estudante não tradicional e suas principais características, e o segundo, para aferir a permanência. As respostas obtidas foram submetidas a análise estatística e os dados revelam que os estudantes não tradicionais da UFBA são, principalmente, mulheres, pardos e pretos, trabalhadores, independentes financeiramente, oriundos de escola pública, estudam durante o dia, têm mais de 25 anos, renda familiar per capita de até 1,5 salários mínimos, seus pais não participaram do ensino superior, são provavelmente os primeiros de suas famílias na universidade, e sua maior dificuldade de ingresso no ensino superior foi conciliar o trabalho com os estudos. A análise de cluster permitiu identificar que a permanência do estudante na instituição é função principalmente de convicções anteriores ao ingresso no curso, e das motivações atuais, o grau de satisfação com o curso escolhido demonstra o desejo do estudante em continuar matriculado no curso. A participação em programas acadêmicos e de assistência estudantil apresentaram menor importância para o estudante não tradicional, mesmo considerando os diversos fatores de natureza pessoal, sociocultural e econômica que dificultam a sua permanência. Assim, é possível perceber que a permanência do estudante não tradicional da UFBA está relacionada com sua origem econômica e social, mas pode ter um peso menor se o acolhimento na universidade for maior. Considerando a importância para as IFES de buscar meios para a permanência de seus estudantes, tanto o questionário 1 elaborado para levantar as características do estudante não tradicional da UFBA, quanto a tipologia de ENT e os fatores que influenciam a sua permanência, podem auxiliar nas escolhas das políticas e programas adotados para fazer com que este estudante consiga permanecer e concluir seu curso. Desta forma, por meio da taxonomia proposta, algumas políticas e ações adotadas na UFBA podem ser focadas no ENT, de modo a permitir uma maior qualificação no atendimento a este tipo de estudante, buscando superar obstáculos que a escassez de recursos impõe, inclusive incentivando o acolhimento de estudantes não tradicionais por membros da comunidade acadêmica através do trabalho voluntário. É preciso discutir soluções com o mesmo carinho e afeto de quem realiza trabalho voluntário, afinal a universidade somos nós