O CUIDADO DE ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DA CONTINÊNCIA URINÁRIA DA PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA À LUZ DA TEORIA DE DONABEDIAN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Góes, Roberta Pereira lattes
Orientador(a): Silva, Larissa Chaves Pedreira
Banca de defesa: Tavares, João Paulo de Almeida, Amestoy, Simone Coelho, David, Rose Ana Rios
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37012
Resumo: A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina. Considerada uma síndrome geriátrica multifatorial, está associada a fatores intrínsecos da pessoa idosa e a fatores extrínsecos como o ambiente e a gestão de cuidados em saúde. Associando a problemática ao modelo conceitual de Avedis Donabedian, constituído pela tríade estrutura, processo e resultado, entende-se que os fatores extrínsecos abrangem desde o macro, que seria a estrutura da instituição de saúde até as microrrelações de cuidado ofertado (dimensão processo), determinando, assim, tal desfecho/resultado durante o processo de hospitalização. Objetivo: analisar como ocorre o cuidado da equipe de enfermagem para a promoção da continência urinária de pessoas idosas hospitalizadas. E especificamente: verificar a influência dos componentes da tríade donabediana “estrutura” e “processo” na oferta do cuidado para a promoção da continência urinária de pessoas idosas hospitalizadas e apreender como a equipe de enfermagem percebe a influência da “estrutura” e do “processo” no “resultado” do seu cuidado, visando a promoção da continência urinária de pessoas idosas hospitalizadas. Método: pesquisa de abordagem qualitativa descritiva-exploratória, cujo lócus foi uma unidade de clínica médica de um Hospital Universitário da cidade de Salvador-Bahia; realizada a triangulação de técnicas de coleta de dados, constituída pelo levantamento de evidências científicas relacionadas ao tema, seguida de observação sistemática no campo de coleta e de oficinas de grupo focal com profissionais da equipe de enfermagem atuantes na unidade. Para análise, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin, levantandas categorias temáticas ancoradas na teoria donabediana e codificadas quanto à sua frequência exata com auxílio do software para análise de pesquisas qualitativas WebQDA. Resultados: emergiram três categorias temáticas. A primeira trata da influência dos aspectos estruturais na oferta deste cuidado; onde foram ressaltados aspectos para além da estrutura física, mas também fatores como recursos humanos e materiais disponíveis na unidade. A segunda enfatizou o “processo”, e abordou a cultura do uso de dispositivos de controle urinário durante a hospitalização; onde foi ressaltado o uso indiscriminado e não justificado de fraldas geriátricas em pessoas idosas; o estímulo maior do uso de urinóis em pessoas idosas do sexo masculino do que aparadeiras em pessoas idosas do sexo feminino; fatores como o pudor, o medo e a dependência como influência para o uso de fraldas nessas pessoas; a pouca associação dos profissionais de enfermagem do uso do cateter vesical com o surgimento de incontinência urinária e a pouca abordagem quanto aos cuidados pós retirada do cateter vesical para rastrear a ocorrência de incontinência urinária; já a terceira e última categoria, ancorada no componente “resultado” tratou das ações de cuidado de enfermagem identificadas no cenário para promoção da continência urinária da pessoa idosa hospitalizada e como ampliá-las. Conclusão: os resultados do estudo revelam que o cuidado de enfermagem nesse aspecto ocorre de forma tímida, pontual e não sistematizado, alertando para a necessidade de criação de instrumentos e protocolos validados baseados em evidências que orientem esta prática assistencial e a necessidade de sensibilização da equipe multiprofissional, principalmente de enfermagem para com o problema.