Dias de Folia: reflexões acerca de um processo criativo em improvisação por uma atriz-criadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, Manhã Chagas
Orientador(a): Martins, Suzana Maria Coelho
Banca de defesa: Martins, Suzana Maria Coelho, Costa, Eliene Benício Amâncio da, Santos, José Antônio Saja Ramos Neves dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27120
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto a reflexão sobre a improvisação como procedimento criativo no espetáculo teatral Dias de Folia. O interesse em observar e construir reflexões sobre este espetáculo, que tem os atores como co-criadores, impulsionou a análise do percurso da criação, identificando as escolhas feitas para chegar à produção da obra artística. A escolha da Teoria da Formatividade, a partir dos estudos do filósofo italiano Luigi Pareyson (1997), como ponto de mirada, se dá pelo fato de que esta teoria analisa a obra de arte como a tentativa de dar forma a uma ideia, como uma invenção que se realiza enquanto é criada, e é no por-fazer que se dão as leis desse fazer. O olhar sobre o processo criativo permitiu refazer o percurso, identificando as leis que nortearam esta criação, algo que se pode ver com clareza depois que a obra é dada como pronta. Por tratar-se de um espetáculo teatral que tem como via criativa a improvisação, e que não parte de um texto dramático, mas do movimento dos corpos e sua relação com o espaço e com a musicalidade das cenas propostas, Dias de Folia constitui uma obra artística que tem em seu processo criativo um foco de interesse e uma amostra de algo que, contemporaneamente, é recorrente no teatro brasileiro: o atorcriador (também chamado de ator-compositor) e o seu trabalho realizado dia a dia, em sala de ensaio. Neste ambiente de discussão da arte como produção, onde o ator é agente dessa produção, e não apensas um intérprete das indicações de um texto dramático ou das idéias de um diretor, encontrei o pensamento de outros filósofos e artistas que vieram somar, trazendo suas contribuições na elaboração de um olhar sobre o processo criativo em artes, além de refletir, especificamente, sobre a improvisação neste contexto. Foram eles: Fayga Ostrower (1977), Suzanne Langer (2006), Edith Derdyk (2001), Matteo Bonfitto (2006 e 2009), Jean-Pierre Ryngaert (2009), Jacques Lecoq (2010), Yoshi Oida (2007), Keith Johnstone (1990), Sonia Machado de Azevedo (2009), Viola Spolin (2005), Renato Ferracini (2003), Dario Fo (2004), Josette Féral (1995) e Ariane Mnoukchine (2009). A Crítica Genética, a partir da obra Gesto Inacabado, Processo de Criação Artística (SALLES, Cecília Almeida, 2004), ofereceu um instrumental metodológico, no que tange a análise do processo criativo e as operações inerentes a ele. Nesta pesquisa, o espetáculo foi analisado do ponto de vista da atriz-pesquisadora, que também é atriz-criadora desta obra, na tentativa de identificar as leis (chamadas aqui de elementos fundamentais) que nortearam a criação, debruçando-se atentamente à improvisação como método de criação.