Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, MAIANE SOARES LEITE
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Orientador(a): |
ARAUJO, EDIVALDA ALVES |
Banca de defesa: |
ARAUJO, EDIVALDA ALVES,
CYRINO, JOAO PAULO LAZZARINI,
CARVALHO, DANNIEL DA SILVA |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37584
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivo descrever e discutir aspectos sintáticos referentes à fala infantil, observando e analisando o que os dados da criança, entre os 4 a 7 anos de idade, evidenciam sobre o sujeito em Spec-TP. Verificou-se, então, se, por exemplo, a criança em fase de aquisição da linguagem do português brasileiro apresenta tendência ao preenchimento da área destinada ao sujeito, ou se não realiza esse sujeito foneticamente. Para adquirir uma língua, a criança precisa tanto do seu desenvolvimento biológico quanto de suas experiências linguísticas, e passará por estágios linguísticos que podem ser identificados a partir do seu desempenho linguístico, como afirmam Bloom (1997), Hyams (1986), Magalhães (2006). Se o português do Brasil permite construções como: i) eu comprei roupas; ii) Ø comprei roupas; iii) ele/você/a gente foi à festa esse final de semana; ou iv) Ø foi à festa esse final de semana, e tais construções são o input ao qual as crianças estão expostas, é provável que os dados coletados apresentem essas possibilidades de construção sintática. E se, conforme Cyrino, Duarte e Kato (2000) e Duarte e Kato (2014), o português brasileiro tem se comportado como uma língua de sujeito nulo parcial e tem apresentado variação quanto à ocorrência entre sujeitos nulos e preenchidos, espera-se que isso influencie a realização sintática infantil. Assim como o traço de concordância, a referencialidade, a animaciade e a especificidade são aspectos que influenciam na realização do sujeito, vez que, quanto mais referencial for o sujeito, mais chances de haver o preenchimento de Spec-TP no português do Brasil. Conforme os estudos realizados até agora, as 1ª e 2ª pessoas discursivas tendem a ocorrer mais realizadas foneticamente do que nulas, pois são pronomes com [+ referencialidade]; a 3ª pessoa, no entanto, como abarca também objetos ou coisas, dependerá, para sua realização, de outros traços, como o traço [+humano] ou [-humano]. Sendo esta a realidade do português brasileiro e estando as crianças expostas desde cedo a essas construções, verificamos essas ocorrências em sua produção linguística. Assim, podemos apresentar algumas características encontradas como: i) ocorrência das pessoas pronominais do singular em todas as faixas etárias; ii) pouca ocorrência das pessoas pronominais no plural; iii) não há ocorrência do pronome – tu; iv) há preferência pelo pronome – a gente; e v) embora haja uma oscilação em relação ao preenchimento ou não do sujeito, por conta do input ao qual as crianças estão expostas, tem-se uma tendência ao preenchimento do sujeito pronominal referencial. Para conferir as propriedades do português na fala infantil, houve a coleta de dados através de gravações de conversas entre as crianças e seus responsáveis em situação de descontração e, a seguir, a análise dos dados a partir do arcabouço teórico produzido na área, principalmente, os postulados da gramática gerativa. Dessa forma, o presente estudo serve como meio para verificar como as crianças estão produzindo o sujeito em sua língua materna: o português do Brasil. |