Resumo: |
Esta dissertação busca ampliar os estudos da autoria no campo cinematográfico, pensando a instância autoral a partir da análise narrativa de um filme, e não somente através da instância da personalidade, instaurada pela política dos autores. Com base nas discussões sobre a enunciação no cinema, a partir do suporte teórico dos narratólogos do cinema François Jost e André Gaudreault, bem como da revisão teórica aportada por Arlindo Machado, buscamos compreender como o autor aparece construído na própria enunciação do texto cinematográfico, indicando ao espectador que existe ali uma instância que conta a história. Nosso suporte metodológico está em David Bordwell e sua noção de “filme autoconsciente”, conceito que utiliza para abordar filmes “de arte e ensaio”, aqueles que considera ter uma estrutura narrativa que se revela ao espectador. Nossa hipótese é a de que filmes autoconscientes nos ajudam a compreender a instância autoral que se manifesta na narrativa, e para testá-la analisamos dois filmes que apresentam narrativas autoconscientes, segundo a definição de Bordwell, e que nos ajudam a pensar o autor dentro da estrutura da narrativa. São eles Lucía y el Sexo (de Julio Medem, Espanha, 2001) e La Soledad (de Jaime Rosales, Espanha, 2007). |
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