I Marcha de Mulheres Negras a Brasília: o que a teoria feminista negra tem a ver com isso?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vale, Maísa Maria lattes
Orientador(a): Aras, Lina Maria Brandão de lattes
Banca de defesa: Aras, Lina Maria Brandão de lattes, Araújo, Rosângela Costa lattes, Lemos, Rosália de Oliveira lattes, Lima, Maria Nazaré Mota de lattes, Barros, Zelinda dos Santos lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40176
Resumo: Esta pesquisa faz parte dos estudos das relações raciais e de gênero que têm debatido sobre a participação política das mulheres negras no Brasil. Pretende renovar estes estudos fundamentando-se na ação coletiva da Rede de Mulheres Negras do Nordeste (RMNN) durante o processo de construção da I Marcha de Mulheres Negras a Brasília contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver (2011-2015) e num marco teórico que se enquadra nos pressupostos das teorias sociológicas contemporâneas, feminista negra decolonial. Desse encontro é que se constrói um diálogo teórico e metodológico crítico entre as abordagens alternativas (perspectivistas) organizada a partir do paradigma da interseccionalidade, da decolonialidade e da afrocentricidade. No primeiro caso, privilegia-se a interseccionalidade entre raça, patriarcado e demais eixos opressivos, oferecidas especialmente por autoras da envergadura de Gonzalez (1982), Davis (1982) e Crenshaw (1989). No segundo, teoriza a idéia de fronteira como aspectos raciais, culturais e políticos, resultantes das relações de poder e lócus de enunciação, mais especificamente, no plano daquilo que capturamos no trabalho de autores/as que como Mohanty (1984), Anzaldúa (1987), Gonzalez (1988ª) e Bhabha (1994). No terceiro, volta-se para esta tradição que, teoricamente restaura a luta antirracista na diáspora africana, propondo uma teoria centrada nas histórias de vida das pessoas negras ao criticar as imagens controladoras uniformemente negativas, definidas pelo colonizador, amplamente debatidas por Assante (1980), Nascimento (1974), Gonzalez (1982), Collins, (1990), Carneiro (2001). Para tanto, o esboço de análise do processo de construção da I MMNB é, referenciado na cultura e tradição de luta de afrodescendentes e africanos/as pela superação das desigualdades impostas pelo racismo e sexismo. Um painel descritivo do percurso de quatro anos de articulação coletiva da RMNN, identificando seus aportes para a formulação de um pensamento feminista negro decolonial, como expressão da práxis feminista negra brasileira. Busca evidenciar a relação entre a ação coletiva, a partir de experiências próprias e o pensamento crítico Afro-Americano-Latino-Brasileiro. Estudo que colocou lado a lado, numa verdadeira encruzilhada e relação dialógica, pesquisadores/as e militantes, objetivando a análise da constituição de uma concepção feminista negra decolonial na ação social, política e epistêmica de mulheres negras brasileiras.