Ostracodes do membro Tauá, formação Candeias, cretáceo inferior da bacia do recôncavo: tafonomia, paleobiogeografia e paleoecologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Novaes, Pedro Gonçalves de
Orientador(a): Machado, Altair de Jesus
Banca de defesa: Araújo, Helisângela Acris Borges de, Meireles, Ricardo Piazza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: em Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32859
Resumo: Com base no estudo da taxonomia e tafonomia de fósseis de ostracodes e ampla revisão bibliográfica, foi realizada a caracterização de aspectos paleobiogeográficos e paleoambientais do Membro Tauá, Formação Candeias, na Bacia do Recôncavo, Estado da Bahia. Foram selecionados 25 poços, perfurados pela Petrobras, distribuídos ao longo da bacia, dos quais foi extraído o conteúdo fossilífero, pertencente ao acervo paleontológico da empresa, utilizado como material base para este estudo. Sete taxa de ostracodes do Andar Local Rio da Serra (Eocretáceo / Berriasiano), biozona de Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum (NRT-002) puderam ser identificados: Cypridea ambigua, C. cf. Cypridea primaria, C. sellata, C. trinodosa, Reconcavona imitatrix, Theriosynoecum varietuberatum proximum e T. varietuberatum varietuberatum, característicos da subzona de C. cf. Cypridea primaria (NRT-002.2). A tafonomia foi descrita com base em aspectos das valvas dos ostracodes, como: (i) grau de fragmentação; (ii) grau de desarticulação; (iii) grau de dissolução; (iv) coloração e; (v) ocorrência de mineralização. Observou-se que os microfósseis apresentaram, em sua maioria, pouca ou nula fragmentação e desarticulação, além da ausência de dissoluções, sugerindo um paleoambiente de baixa energia, com pouco transporte e retrabalhamento. Também foram registradas mineralizações, referentes a diagênese dos fósseis, principalmente representadas por piritização e hematitização. As cores das carapaças puderam ser comparadas com estudos que as associam com a interpretação da história termal e maturação da matéria orgânica, uma vez que ostracodes com colorações escuras podem estar relacionados à presença de óleo na rocha que os contém. Além disso, um possível zoneamento de fauna foi observado entre os taxa T. varietuberatum proximum e C. ambigua, com base na distribuição geográfica dos poços onde foram encontrados, possivelmente condicionado por fatores tectono-estruturais e/ou fatores físico-químicos. As informações litológicas e os fósseis de indivíduos exclusivamente não-marinhos caracterizam o Membro Tauá com uma sedimentação continental, tipicamente lacustre, gerado em condições anóxicas. Deste modo, as informações levantadas através desta pesquisa podem contribuir também para a caracterização da evolução da fase rifte na Bacia do Recôncavo.