O popular em xeque: arquitetura popular e prática de preservação na cidade de Mucugê, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Amaral, Fellipe Decrescenzo Andrade lattes
Orientador(a): Nery, Juliana Cardoso lattes
Banca de defesa: Nery, Juliana Cardoso lattes, Sant Anna, Márcia Genésia de lattes, Jucá Neto, Clovis Ramiro lattes, Motta, Lia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) 
Departamento: Faculdade de Arquitetura
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35733
Resumo: Este trabalho consiste em um estudo sobre a preservação e a conservação da arquitetura popular, tendo como foco específico as práticas de preservação empreendidas pelo IPHAN na cidade de Mucugê, na Bahia, a partir dos pareceres e informações técnicas, ofícios e demais documentos presentes nas solicitações para realização de intervenções no conjunto. Para tanto, foram analisados cento e cinquenta processos depositados no Arquivo da Superintendência do IPHAN na Bahia e no SEI, que compreendem quase quatro décadas de atuação da instituição na cidade; deste total, a pesquisa concentrou-se em oitenta e oito relativos a ações/intervenções no centro histórico. Embora tenha estado presente no campo do patrimônio desde a criação do IPHAN – através de suas publicações – e componha a maior parte do ambiente construído, produções arquitetônicas oriundas da cultura popular não foram amplamente reconhecidas enquanto patrimônio no Brasil até a segunda metade do século XX, quando as ampliações conceituais verificadas tanto no plano internacional, quanto no nacional, abriram caminho para a sua valorização e patrimonialização. Esse cenário ganhou ainda novos contornos a partir do surgimento das políticas de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Neste sentido, esta pesquisa objetiva compreender os efeitos das práticas institucionais de preservação sobre o caráter popular do conjunto edificado tombado de Mucugê, cujos processos construtivos passaram a ser mediados por pareceres e interposições técnicas do órgão após o tombamento, questionando-se sobre possíveis transformações na produção desta arquitetura e sobre formas mais adequadas de preservála. O período analisado foi recortado em três momentos distintos (1980-1993; 1994-2009; 2010-2018), constatando-se que desde o início as ações se basearam na preservação de uma feição idealizada, enquanto questões essenciais para a preservação de uma arquitetura popular, que é dinâmica por natureza, foram deixadas de lado, evidenciando um certo desconhecimento sobre o modo como a comunidade reconhece e se apropria do bem cultural. A pesquisa pressupõe que a preservação de arquiteturas oriundas da cultura popular deve levar em conta não somente o seu aspecto físico, mas também a sua dimensão imaterial, protegendo-se tanto a arquitetura em si, como o saber-fazer que lhe originou.