Assentamentos de resistência: escritoras e intelectuais negras no Brasil e Caribe em insurgências epistêmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sales, Cristian Souza lattes
Orientador(a): França, Denise Carrascosa
Banca de defesa: França, Denise Carrascosa, Duarte, Rosinês de Jesus, Santos, José Henrique de Freitas, Oliveira, Maria Anória de Jesus, Augusto, Geri Monique
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNVIERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38440
Resumo: Esse texto investe na discussão acerca da produção de conhecimento (literatura e crítica) de escritoras e intelectuais negras na América Latina e Caribe. Assim, escolhe quatro vozes-mulheres: Esmeralda Ribeiro e Conceição Evaristo (Brasil); Mayra Santos-Febres e Yolanda Arroyo Pizarro (Porto Rico). Para a composição do corpus, selecionamos ensaios críticos e contos publicados entre 1982 e 2019. De maneira articulada, a análise das obras demonstra a constituição de uma práxis negra intelectual ou práxis de intelectuais negras que se assenta na ancestralidade negro-africana, nas histórias e nos legados de luta e resistência de las ancestras. Além de discutir as particularidades dessas narrativas, na dupla dimensão ensaística e literária, esforçamo-nos em tornar operatório o conceito de assentamentos de resistência. Em um primeiro momento, nos rituais epistêmicos, utilizamos códigos de entrada como provocação à noção de assentamento: poesias/poemas, cenas de romance e reflexões diversas. Em um segundo momento, investimos nos assentamentos de histórias de nossas antepassadas africanas e negras para enfatizar os legados de resistência empreendidos na diáspora. Acrescido a isso, ressaltamos como os assentamentos de resistência fazem emergir saberes e narrativas silenciadas por epistemologias dominantes. A partir de outros movimentos, seguidos de uma interpretação criativa e analítica de ensaios críticos e contos, evidenciamos como os assentamentos de resistência se insurgem ao epistemicídio e o racismo epistêmico. Na organização do referencial teórico, recorremos ao diálogo com um campo que se caracteriza pela constituição de um amplo repertório crítico e analítico produzido a partir de enfoques assentados por epistemologias negras, africanas e decoloniais. Entrecruzando perspectivas, buscamos especular como os assentamentos de resistência se inscrevem como uma gramática na produção de conhecimento de escritoras e intelectuais negras latino-americanas e caribenhas. Por meio desse gesto epistêmico resultante da ancestralidade negro-africana, observamos como a literatura e a crítica de autoria negra feminina, nas maneiras de sentir, de ver, de agir e de pensar/teorizar: i) restituem a nossa humanidade violada pela dominação colonial; ii) restabelecem o protagonismo de nossas existências; iii) reencantam o mundo.