Nós na Rede - formação continuada na perspectiva do coletivo de coordenadores pedagógicos de Salvador: tensões, desafios e potenciais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Denise Silva de
Orientador(a): Viégas, Lygia de Sousa
Banca de defesa: Barros, Carlos César, Roman, Marcelo Domingues, Souza, Denise Trento Rebello de, Santana, Carlos Eduardo Carvalho de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação.
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26072
Resumo: O estudo teve como objetivo compreender tensões, desafios e potenciais da formação continuada na perspectiva de Coordenadoras Pedagógicas do Coletivo de Coordenadores Pedagógicos de Salvador. A importância da formação continuada é destacada nesse trabalho como uma necessidade intrínseca aos profissionais que manejam a construção do conhecimento e não como produto a ser consumido, em virtude dos ditames de mercado – pseudoformação. O sistema neoliberal afirma a formação como um dos principais antídotos para a melhoria da qualidade da educação, sob o argumento da “incompetência docente”. Contudo, a oferta, na maioria das vezes, se apresenta desconectada das expectativas da escola, colocando em tensão a relação entre o discurso oficial e o cotidiano da escola; os processos de adaptação e resistência nesse espaço. A pesquisa buscou inserir-se nessa tensão para compreender a trajetória de formação continuada no município de Salvador, no período de 2005-2017, a partir das experiências de coordenadoras pedagógicas que têm na formação sua principal atribuição e desafio. Sobre o aporte teórico, as ideias de Adorno (2012) ajudaram a pensar a relação entre Educação e Sociedade, bem como a Formação voltada para a contradição, resistência e experiência – emancipação. Maués (2014) e Santos (2001) contribuíram para a contextualização do objeto no modelo de sociedade vigente; Souza (2014); Saviani (2009); Pimenta (2006); e outros auxiliaram na discussão acerca da Formação Continuada; sobre o cotidiano escolar encontramos referência em Patto (1993) e Ezpeleta e Rockwell (1986). Em relação à Coordenação Pedagógica, Santos e Sampaio (2015); Venas (2013); Placco e outros (2012); Franco (2006); Almeida (2005); Roman (2001) se tornaram referência. Quanto ao percurso teorico-metodológico, elegemos o caminho da pesquisa qualitativa (Minayo, 2011), de inspiração crítica - uma busca por entender tensões, desafios e potenciais presentes em um processo, a partir da análise da história documentada e não documentada. Sobre as estratégias metodológicas o Grupo Reflexivo (VIÉGAS, 2002); Entrevista Semiestruturada (MINAYO, 2011) e Análise Documental (FLICK, 2009) se constituíram subsídios. A Análise de Prosa (André, 1983) foi utilizada para analisar o material de campo. Os resultados foram organizados a partir das categorias: Construção da identidade do Coordenador Pedagógico: um terreno em disputa; Trajetória da Formação Continuada na Rede: tensão entre o instituído e o instituinte; Coordenação Pedagógica e a Formação Continuada na Rede: tensões, desafios e potenciais; Coletivo de Coordenadores Pedagógicos: espaço de formação para contradição, resistência e experiência. Consideramos que a política educacional do município de Salvador vem afirmando na perspectiva de mercado, balizada pelos ditames das agências internacionais, caracterizada pela fragmentação; descontinuidade dos processos e responsabilização dos indivíduos pela qualidade da educação. A análise acerca da trajetória da Formação Continuada na Rede mostrou, portanto, um acirrado e ininterrupto confronto entre o discurso oficial, a prática institucional e o cotidiano das escolas, onde a disputa de versões vai sendo afirmada por meio de movimentos de adaptação impostos pela institucionalidade, e dialeticamente de resistência construídos coletivamente pela via sindical, por iniciativas como o Coletivo de Coordenadores Pedagógicos, bem como por movimentações no lócus específico das escolas. As coordenadoras pedagógicas se colocaram como intelectuais na construção dos processos de enfrentamento às definições institucionais contrárias aos princípios da autonomia, demarcadas pela oferta de pseudoformação. A perspectiva da educação para a emancipação encontra-se em disputa.