Intramobilidade e interculturalidade intranacional: desafios contemporâneos para profissionais e organizações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Craide, Aline
Orientador(a): Fischer, Tânia Maria Diederichs
Banca de defesa: Cajazeira, Jorge Emanuel Reis, Pereira, Maria Teresa Flores, Silva, Mônica de Aguiar Mac-Allister da, Pinho, José Antonio Gomes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Administração
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração - NPGA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29349
Resumo: Estudos sobre a interculturalidade nas organizações são recentes. Entretanto, a maior possibilidade de movimentação de pessoas que existe atualmente faz com que a compreensão sobre a interação entre diferentes culturas seja um desafio a ser enfrentado por profissionais que trabalham atravessando fronteiras, normalmente entendidas como limites internacionais. Assim, a questão intercultural, muitas vezes, é confundida com a internacionalização, sendo que esta perspectiva sobre a interculturalidade tende a ignorar as diferenças culturais internas a um país representadas, neste estudo, pelas culturas regionais. Destarte, acredita-se não ser mandatório atravessar fronteiras internacionais para perceber e vivenciar diferenças culturais. Identifica-se que estas situações ocorrem, em boa medida, no momento em que pessoas se deslocam dentro de um país em busca de melhores condições profissionais, ou seja, quando realizam a Intramobilidade. Logo, o objetivo desta Tese é o de identificar e analisar corno profissionais que realizaram a intramobilidade em função de suas carreiras percebem e vivenciam a interculturalidade intranaciona1. Entende-se a Interculturalidade Intranacional neste estudo corno o processo conseqüente do encontro e da interação entre pessoas naturais de regiões culturais distintas de um mesmo país e/ou entre o indivíduo e os aspectos cotidianos da localidade diferente da sua de origem. A fundamentação teórica desta Tese foi construída pautando-se em três macro conceitos: Mobilidade, Interculturalidade e Gestão de Pessoas. Adota-se urna postura interpretativa que objetiva entender os fenômenos sob a ótica de pessoas que viveram ou ainda vivenciam os processos investigados. Para a realização da pesquisa empírica, inicialmente foi realizada uma etapa exploratória com o objetivo de melhor compreender o fenômeno investigado. Destarte, realizaram-se entrevistas semi-estruturadas com 13 profissionais no Brasil e dez profissionais na França que efetuaram a intramobilidade nestes países em decorrência de suas carreiras. Os dados coletados e analisados nesta etapa evidenciaram a pertinência de estudar e aprofundar a pesquisa apenas no Brasil. Assim, na segunda etapa, adotou-se a abordagem de história de vida, a qual permitiu compreender o processo de interculturalidade intranacional a partir das narrativas pessoais de partes significativas das vidas de quatro profissionais brasileiros, originários de diferentes regiões do país e que realizaram a intramobilidade para trabalhar em empresas do pólo industrial de CamaçarilBahia. Constatou-se que, no Brasil, ao migrar intranacionalmente, as pessoas percebem diferenças e similaridades ao estabelecer contato com uma cultura regional distinta da sua. Deste modo, ao admitir uma pessoa de um lugar diferente do qual a organização está instalada esta deve assumir urna co-responsabilidade frente à adaptação destes sujeitos, visto que muitas destas contratações são feitas em função de necessidades organizacionais atreladas à ausência de profissionais locais que supram a sua demanda. Ademais, comprovou-se que da interculturalidade intranacional surgem consequências (positivas e negativas) para os indivíduos e organizações. Logo, na medida em que são oferecidos subsídios financeiros para o processo de mudança e também suporte para a adaptação cultural das pessoas nasce a possibilidade de se pensar em políticas e práticas de Gestão Intercultural de Pessoas voltadas ao intranaciona1. Esta postura organizacional pauta-se, sobretudo, no reconhecimento de que a heterogeneidade pode trazer resultados positivos para os profissionais e para as organizações, mas quando negligenciada pode gerar efeitos nefastos para ambos.