Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Cristo, Adielson Ramos de
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Orientador(a): |
Heine, Lícia Maria Bahia
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Banca de defesa: |
Heine, Lícia Maria Bahia,
Lunkes, Fernanda Luzia,
Madureira, André Luís Gaspari,
Souza, Iracema Luiza,
Santos, Elmo José dos |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35912
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Resumo: |
Uma das asserções fundamentais da Análise de Discurso está em que não há transparência da linguagem, dos sentidos, dos sujeitos e da história. É a partir desse lugar teórico que propomos nosso gesto analítico em torno da tetralogia Shrek, sequência de filmes produzidos pela DreamWorks (2001, 2004, 2007 e 2010). Nosso interesse pela tetralogia deveu-se à afirmação de que ela constitui uma subversão das histórias de fadas tradicionais, cujos efeitos são as atualizações do real-social textualizado em contos de fadas tradicionais para um real-social contemporâneo. Debruçando-nos em torno do discurso sobre Shrek, estabelecemos uma compreensão das condições de produção do filme, o que nos possibilitou chegar à compreensão da “diferença” (ORLANDI, 2008, 2014) como questão a ser investigada em duas perspectivas: uma em torno das produções cinematográficas da Disney e outra em torno dos “personagens diferentes”. Esse percurso nos levou a confrontar a o par repetição-deslocamento em relação à paráfrase e a polissemia (ORLANDI, 2011, 2012a, 2012b; LEÓN, PÊCHEUX, 2011), conceitos basilares nesta pesquisa. Com relação à primeira perspectiva de análise, nosso olhar em torno da compreensão de Shrek como um conto de fadas em sua relação com os contos da Disney nos conduziu às composições das cenas de abertura e de encerramento como marcas relevantes para o funcionamento discursivo da tetralogia enquanto história de fadas, isto é, como cenas prototípicas (LAGAZZI, 2015a) de contos de fadas. Chegamos também à formulação do conceito de narrativa performativa, a partir do qual pudemos concernir o trabalho da ideologia na textualização do discurso sobre a diferença pelo modo como a tetralogia faz intervir uma ilusão de deslocamento de seu funcionamento em relação às histórias de fadas tradicionais. Por outro lado, dando consequência à segunda perspectiva de análise, produzimos o recorte intitulado “rostos em choque” com o qual pudemos pôr em evidência o funcionamento do estranhamento (ERNEST-PEREIRA, 2009; FREUD, 1919) em relação tanto ao corpo monstruoso como ao fato desse corpo monstruoso ocupar as posições de herói e de princesa. Nesse caso a diferença se constitui em relação a dualidade “humano x monstruoso”, em que do lado da humanidade está a normalidade e do lado do monstruoso está a anormalidade. Esse gesto analítico possibilitou-nos a compreensão de que, com relação às personagens, a tetralogia Shrek produz um efeito de deslocamento, isto é, um efeito-de-novo, que dissimula o funcionamento ideológico, mascarando, assim, a produção de um imaginário da diferença que marca, pelo efeito da contradição, a disciplinarização da diversidade. |