Susceptibilidade antimicrobiana in vitro de biofilme e forma planctônica deLeptospira Interrogans obtidos de cães naturalmente infectados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carvalho, Rodrigo Rezende Mires de lattes
Orientador(a): Valentim, Melissa Hanzen Pinna
Banca de defesa: Valentim, Melissa Hanzen Pinna, Portela, Ricardo Wagner Dias, Reis, Camila Hamond Regua Motta, Álvarez, María Cristina Ríos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT)
Departamento: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38340
Resumo: CARVALHO, R. R. M. Susceptibilidade antimicrobiana in vitro de biofilme e forma planctônica de Leptospira interrogans, obtidos de cães naturalmente infectados. 2022. 76p. Dissertação (Mestre em Ciência Animal nos Trópicos) - Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia - Universidade Federal da Bahia, 2022. A leptospirose é uma zoonose causada por espiroquetas do gênero Leptospira, com grande impacto na saúde pública. Leptospira spp. são hábeis na produção de biofilme, contudo apesar de sua importância, ainda são escassos os estudos envolvendo isolamento de cepas autóctones, com posterior avaliação da sensibilidade antimicrobiana, nas formas planctônica e biofilme. Neste estudo, objetivou-se avaliar a capacidade de formação de biofilme in vitro de uma cepa de referência (L. interrogans, sv. Copenhageni L1 130 - L20) e cepas de L. interrogans (C20, C29, C51, C82) recentemente isoladas, com posterior avaliação da susceptibilidade antimicrobiana nas formas planctônica e biofilme. A formação de biofilme in vitro foi testada em incubação a 30°C, sob condições estáticas, com subsequente observação em microscopia eletrônica de varredura (MEV). A semiquantificação da produção de biofilme foi realizada por espectrofotometria, em placas de poliestireno, com a utilização do cristal violeta, em diferentes pontos observacionais (1, 7, 14 e 21 dias de incubação). Todas as cepas foram eficientes na formação de biofilme in vitro até o 21° dia de observação. A semiquantificação permitiu observar que tanto a cepa L1 130 como as cepas recentemente isoladas (C20, C29, C51 e C82) apresentaram valores semelhantes de densidade óptica (DO) até o 3° dia de incubação. No 5° dia foi possível observar variação nas DOs com mínima de 0,176 (C20) e máxima de 0,236 (C51). Aumento na biomassa de biofilmes foi observado a partir do 7° dia, com DOs máximas no 21° dia (L1 130 DO = 0,441±0,02, C20 DO = 0,437±0,02, C29 DO = 0,309±0,01, C51 DO = 0,503±0,02, C82 DO = 0,353±0,02). Na visualização por MEV, no sétimo dia de incubação, foi possível observar a formação de biofilme maduro para todas as cepas. Nos dias 14 e 21, os biofilmes apresentaram-se como estruturas morfologicamente mais desenvolvidas e coesas, mantendo as características de um biofilme maduro, entretanto com maior deposição de matriz extracelular. No 21° dia, as imagens demonstraram a presença de diversos canais interconectados e filamentos ramificados de matriz extracelular formados em vários pontos nos biofilmes. Quatro antimicrobianos (amoxicilina, ampicilina, doxiciclina e ciprofloxacina) foram empregados nos testes de susceptibilidade antimicrobiana, com concentrações finais variando de 0,02µg/mL a 1,600µg/mL. Na forma planctônica, as cepas demonstraram sensibilidade à todas as drogas com CIMs90 de ≤0,02 µg/mL para amoxicilina e ampicilina, 0,2 µg/mL para doxicilina e 0,1 µg/mL para ciprofloxacina. Os biofilmes destas cepas foram mais resistentes quando comparados às suas formas planctônicas, com CIM90 de 1,600 µg/mL para amoxicilina, 800 µg/mL para ampicilina e >1,600 µg/mL para doxiciclina e ciprofloxacina. Dentro do invervalo de concentrações antimicrobianas, as cepas na forma de biofilme foram 13 a 16 vezes mais resistentes do que as formas planctônicas. Alguns isolados apresentaram CIMs superiores à diluição máxima utilizada neste estudo (1.600ug/ml). As cepas deste estudo foram obtidas a partir de amostras de cães naturalmente infectados e estes atuam como reservatórios e sentinelas para a infecção em humanos. O isolamento de cepas formadoras de biofilme, com potencial perfil de resistência antimicrobiana, demonstra informações importantes para investigações genômicas que visem elucidar os mecanismos moleculares responsáveis por tais características. Estas abordagens permitirão o desenvolvimento de estratégias de tratamento e controle refinadas voltadas para a realidade epidemiológica da doença.