Lesão renal aguda em nonagenários: incidência, preditores e prognóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, André Luis Bastos lattes
Orientador(a): Rocha, Paulo Novis
Banca de defesa: Rocha, Paulo Novis, Avila, Maria Olinda Nogueira, Oliveira, Marília Bahiense
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Ciências da Saúde (POS_CIENCIAS_SAUDE) 
Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40591
Resumo: Introdução: O envelhecimento da população tem aumentado a frequência com que nefrologistas se deparam com nonagenários com lesão renal aguda (LRA). O manejo destes pacientes tem peculiaridades que envolvem, inclusive, aspectos bioéticos, como a introdução de terapia de suporte renal (TSR) neste extremo da vida. Objetivo: investigar a incidência, preditores e prognóstico da LRA em nonagenários. Métodos: conduzimos um estudo de coorte retrospectivo em um hospital terciário. Entre 2006 e 2016, 832 nonagenários foram internados neste hospital por dois ou mais dias e uma amostra aleatória de 461 pacientes foi obtida, respeitando o cálculo do tamanho amostral. LRA foi definida através da creatinina sérica pelo critério KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes). Resultados: Dos 461 pacientes selecionados, 25 foram excluídos por não apresentarem 2 ou mais creatininas; assim, 436 pacientes participaram da análise final. A média de idade foi de 93,5 ± 3,3 anos e a incidência de LRA foi de 45%. Tempo de internação hospitalar, internação em unidade de terapia intensiva (UTI), uso de droga vasoativa (DVA) e ventilação mecânica (VM) foram fatores de risco independentes para LRA. A mortalidade foi significativamente maior nos pacientes com LRA: 66,8% contra 23,8% no grupo sem LRA (p<0,001). Após análise multivariada, idade, escore de comorbidades de Charlson, uso de DVA, VM e estágio da classificação KDIGO permaneceram como preditores independentes de mortalidade. Apenas 13 pacientes foram submetidos a TSR; todos eles estavam na UTI, em uso de DVA e quase 77% em VM, evidenciando a extrema gravidade deste subgrupo. A mortalidade entre os dialíticos foi de 100% contra 64% nos não dialíticos (p=0,008). Entretanto, quando os dialíticos foram comparados a uma amostra aleatória de nonagenários com IRA pareada por gravidade, não houve diferença de mortalidade (100% x 96%, p=1,0). Conclusão: a incidência de LRA em nonagenários é muito elevada e acompanhada de mau prognóstico. A mortalidade de 100% nos pacientes submetidos a TSR, composta de nonagenários críticos em ambiente de terapia intensiva, ressalta a necessidade de discussão sobre utilidade x futilidade desta terapia nesta população.