Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Rafael Couto
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Orientador(a): |
Kupske, Felipe Flores |
Banca de defesa: |
Perozzo, Reiner Vinicius,
Bandeira, Manuele,
Kupske, Felipe Flores |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38556
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Resumo: |
Esta dissertação, ancorada na Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos (TSDC), busca investigar o Atrito de Primeira Língua (L1), que faz referência às alterações de L1 resultantes do desenvolvimento de uma Segunda Língua (L2). Mais especificamente, este trabalho analisa a produção das vogais alta posterior /u/ e média baixa /ɔ/ do PB-L1 por brasileiros que residem em Londres, Inglaterra. Partimos do pressuposto da TSDC que bilíngues possuem um único sistema fonético-fonológico e que a interação e inclusão de novos sons ou novas pistas acústicas farão com que todo o sistema sonoro bilíngue, inclusive de L1, se altere. Dessa forma, era esperado que a vogal alta /u/ do PB-L1 se alterasse em contato com a língua inglesa, língua que possui duas vogais altas posteriores em seu inventário fonético-fonológico, a vogal longa /uː/ e a breve /ʊ/, isto é, língua que adota duração vocálica (longo x breve) como pista fonético-fonológica, conjuntamente a intensidade, posteiroridade e altura. Dados (N=36) de imigrantes brasileiros, monolíngues do inglês e monolíngues do PB, do corpus de Kupske (2016), foram analisados acusticamente. Valores de primeiro formante (F1) e segundo formante (F2) não normalizados e normalizados e valores de duração absolutos e relativos foram calculados. Em relação ao desenvolvimento vocálico do inglês, a análise revela que existem diferenças significativas para valores de F1 (p<0,01) e de F2 (p< 0,001) entre imigrantes e nativos do inglês na produção de /uː/ do inglês. O estudo também revela que existem diferenças significativas de duração de /uː/ (<0,001) entre imigrantes (167ms, DP=54) e monolíngues do inglês (134ms, DP=25). O mesmo acontece para a vogal breve /ʊ/ (p<0,05), isto é, os brasileiros participantes deste estudo não produzem as vogais altas do inglês com valores esperados para monolíngues. Ao verificar se brasileiros diferem entre sua produção de /uː/ e /ʊ/ do inglês, o estudo aponta que essas vogais são produzidas de forma diferente quanto à F2 (p< 0,01) e duração (p< 0,001). Isso nos leva a concluir que, embora brasileiros apresentem valores diferentes dos monolíngues para /uː/ e /ʊ/, eles já demonstram ter adquirido a pista acústica "duração", visto que são capazes de diferenciar a vogal longa da breve em sua produção. Em relação aos sons do PB-L1, o estudo revela que os valores de F1 e F2 de /u/ do PB-L1 para imigrantes são mais elevados e apresentam maior variabilidade quando comparados aos valores revelados para os monolíngues. A análise aponta que existem diferenças significativas para F1 (p<0,001) e para F2 (p <0,001) na produção de /u/ entre imigrantes brasileiros e monolíngues do PB, indicando atrito linguístico para essa vogal de ponta do PB-L1. Além disso, a testagem revela haver diferenças estatísticas entre a duração da vogal /u/ entre monolíngues e imigrantes (p< 0,01), sendo que imigrantes apresentam valores mais altos de duração 141ms (DP=26), contra 102ms (DP=18) dos monolíngues. Para a vogal /ɔ/ do PB-L1, imigrantes e monolíngues não apresentam diferenças estatísticas para os valores de F2 (p>0,05), mas apresentam diferenças para F1 (p<0,05) e duração vocálica, sendo que imigrantes apresentam valores levemente mais altos de duração 144ms (DP=31), contra 138ms (DP=30ms) dos monolíngues. Assim como para /u/, imigrantes não produzem a vogal média-baixa como monolíngues do PB. Nesse sentido, foi evidenciado atrito de PB-L1 para todas as vogais analisadas, fenômeno esperado, visto que, para a TSDC, mudanças ambientais podem ser um dos múltiplos fatores envolvidos nas mudanças dos sistemas sonoros de L2. |