Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Garzedin, Edinei Gonçalves
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Orientador(a): |
Abrahão, Bruno Otávio de Lacerda
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Banca de defesa: |
Abrahão, Bruno Otávio de Lacerda
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Debortoli, José Alfredo Oliveira
,
Leiro, Augusto César Rios
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE)
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35095
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Resumo: |
A roda onde circulam saberes que entrelaçam a infância, a capoeira, a baianidade e a ludicidade como prática de lazer, através da colocação do corpo em cena, se forma nesse estudo. De abordagem qualitativa, ancorado na Sociologia da Infância, a partir de Sarmento, buscou-se aqui analisar o lugar da capoeira na vida de determinadas crianças soteropolitanas, praticada fora do tempo obrigado da escola, como atividade lúdica. Para escutar as crianças, a coleta de dados, realizada através dos mestres de capoeira, devido ao isolamento imposto pela invasão da Covid-19, elegemos o recurso dos desenhos, pelo fato de alcançar as crianças de idades variadas, além de ser presença na vivência delas, desde muito cedo, apresentando-se como recurso da intimidade do cotidiano infantil, mas eles poderiam também realizar escritos ou ainda encaminhar áudios ou vídeos. Ao tratarmos da infância, faz-se necessário um percurso pela história dessa categoria geracional, construída socialmente, buscando a referência de Philippe Ariès (1981) e Esteban Levin (2007). Foram ouvidos 9 (nove) mestres e 47 (quarenta e sete) crianças, cujos registros resultaram em vinte e oito desenhos, seis vídeos, dois escritos e onze escritos com desenhos. Analisando o conteúdo de quarenta e sete registros, elegemos categorias que expressam o que é a capoeira para eles. Destes, vinte e oito correspondem à musicalidade com os instrumentos da bateria; golpes/movimentos somaram vinte; oito registros tiveram mestres/professores; sentimentos corresponderam a nove; a roda totalizou cinco e cinco corresponderam a brincadeira. Nos registros realizados pelas crianças, os resultados mostram, com clareza, como o aspecto lúdico da capoeira atrai os pequenos e pequenas, revelando a intimidade que eles têm com esse universo porque esse também é o universo onde eles gostam de estar. A capoeira para eles, então, é lugar de gingar com seu corpo, de estar com seus pares, é tempo da diversão, da brincadeira, portanto, é tempo de lazer, pois a capoeira dos grupos analisados é praticada num tempo fora da obrigação da escola. A capoeira aparentava distanciamento das crianças quando elas não apareciam em registros sobre essa arte popular, mas após algumas buscas, encontramos motivos que justificam esse distanciamento: tendo sido perseguida, criminalizada, ela se aproximava dos meninos das maltas ou dos Capitães da Areia. Após resistir e ser ressignificada, vemos neste estudo como infância e capoeira não só estão na mesma roda, como atraem-se mutuamente, estabelecendo uma relação de camaradagem, de vadiagem. |