Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Leandro Patricio da |
Orientador(a): |
Moura, Milton Araújo |
Banca de defesa: |
Magalhães, Pablo Antonio Iglesias,
Aras, Lina Maria Brandão de,
Brito, Gilmário Moreira,
Castellucci Junior, Wellington,
Moura, Milton Araújo |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33195
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Resumo: |
O objetivo desta tese é discutir o processo histórico de fabricação da pernambucanidade entre os anos 1964-1988. Especificamente, discute a criação das condições de produção, o início do processo de construção, a hegemonia e dissolução da pernambucanidade ao longo desses anos, apropriando-se da mesma a partir do conceito historiográfico de cultura política, entre outros, fundamentado nos trabalhos de autores como Serge Berstein, Odile Rudele, Jean-François Sirinelli, Rodrigo Patto de Sá Motta, entre outros autores. O corpus da pesquisa foi constituído por fontes, como o Diário Oficial do Estado de Pernambuco, alguns editoriais do Diário Oficial União, pelas Revistas e os Livro de Atas do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano, as Revistas da Academia Pernambucana de Letras, alguns editoriais da revista Veja e do Boletim SHPHAN/Pró-Memória, algumas obras da Coleção Pernambucana, váriastas dos Anais da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, inúmeros editoriais do Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio, entre outros, bem como pelo filme “Batalha dos Guararapes”, de 1978, e a música “Recife, minha cidade”, de 1984, entre outras fontes. Após um trabalho de compilação, foi dado a este corpus um tratamento crítico, não se tomando as informações das fontes como verdades, mas cruzando-as com as de outros documentos, naquilo que foi possível, para problematiza-las. O trabalho está organizado em quatro capítulos. No primeiro discute a criação das condições de fabricação da pernambucanidade; no segundo, discute a configuração que levou ao início do processo de construção da mesma; no terceiro, a configuração que levou a pernambucanidade a se tornar uma cultura hegemônica em Pernambuco; e, por fim, no quarto, discute os seus múltiplos sentidos e o processo que levou a sua dissolução, enquanto cultura política, no governo estadual. A tese defendida, como resultado da compilação, análise e interpretação dos dados coletados, sob as grades conceituais dos autores citados, é a de que a pernambucanidade foi uma cultura política fabricada e sustentada por intelectuais e políticos conservadores ligados a Academia Pernambucana de Letras e ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, liderados por Gilberto Freyre, que estiveram à frente dos órgãos responsáveis pelas políticas culturais do governo do Estado de Pernambuco e do governo federal durante praticamente todo o período da ditadura civil-militar e que tinham na memória idealizada das Batalhas dos Guararapes o seu mito-fundador. Esta tese pretende contribuir para a ampliação do conhecimento historiográfico acerca da colaboração de sujeitos e instituições da sociedade civil com o regime ditatorial, bem como para o melhor conhecimento da história do Brasil e, particularmente, da história de Pernambuco. Pretende, ainda, poder ser usada por indivíduos e grupos que desejem aprender a desvelar os dispositivos e mecanismos de racionalidade que fazem funcionar culturas políticas no presente. |