Aprendizagem organizacional, aprendizagem individual e suportes organizacionais: evidências de validação de escalas e testes de relações interníveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Correia-Lima, Bruno Chaves
Orientador(a): Souza, Elisabeth Regina Loiola da Cruz
Banca de defesa: Gondim, Sônia Maria Guedes, Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt, Corradi, Ariane Agnes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23913
Resumo: Esta tese objetivou analisar a conversão da aprendizagem individual (AI) em aprendizagem organizacional (AO), investigando o papel dos suportes organizacionais. Concebida na forma de 5 trabalhos científicos, inicia-se com a apresentação de revisão bibliográfica de escalas de AO, publicadas em revistas brasileiras e internacionais (Trabalho 1), segue propondo um inventário (ISAO), composto pelas escalas de suportes organizacionais à aprendizagem e à transferência (Trabalho 2) e a escala de AO (Trabalho 3). Por fim, investigam-se as relações entre suportes à aprendizagem e AI (Trabalho 4) e o papel dos suportes à transferência sobre a relação entre AI e AO (Trabalho 5). As 24 escalas de AO analisadas no primeiro trabalho foram classificadas em: (1) foco em processos e resultados da aprendizagem; (2) foco em fatores que facilitam a aprendizagem; (3) foco em AO e desempenho. Todas as escalas revisadas não estimulam a associação das evocações dos entrevistados com experiências concretas de aprendizagem, sugerindo que os respondentes aprendem continuamente e, consequentemente, inexistem fronteiras entre situações de trabalho e de aprendizagem. Verifica-se ainda tendência ao: desenvolvimento de escalas parcimoniosas e multiníveis; medição de AI e AO exclusivamente por autopercepção dos respondentes; permanência da problemática de conversão de AI em AO. Os quatro trabalhos seguintes compõem-se de estudos exploratórios (AFE), desenvolvidos com amostra de 203 trabalhadores de um banco público, e confirmatórios (AFC), realizados com uma amostra de 252 trabalhadores de uma ONG atuante no Nordeste do Brasil. Os resultados do desenvolvimento e dos testes da Escala de Suportes à Aquisição de Competências (ESOAC), da Escala de Suportes à Transferência para o Trabalho (ESOTT) (Trabalho 2) e da Escala de Aprendizagem Organizacional (EAO) (Trabalho 3) mostram evidências de validações relacionadas a conteúdo e a construto. Essas escalas trazem avanços no campo ao adotar um procedimento prévio cujos respondentes avaliam o quanto aprenderam sobre específicas competências do seu ambiente de trabalho, dando-lhes foco, mitigando confusões conceituais, e vieses de memória e de desajabilidade social. O segundo trabalho distingue os suportes materiais e psicossociais promovidos pela organização para que os indivíduos adquiram competências (aprendam) daqueles suportes que objetivam a transferência dessas competências para o trabalho. A EAO (Trabalho 3), traz as dimensões socialização e codificação como próxies de AO, descritas por itens que valorizam a participação do indivíduo na socialização e o caráter dinâmico da atualização e do uso de conhecimentos codificados. O quarto trabalho evidenciou que uma base equivalente e prévia de competências favorece o nível de aprendizagem atual dos indivíduos. Essa aquisição de competências pelo indivíduo é também favorecida pela oferta de suporte psicossocial à aprendizagem e pelo envolvimento dos pesquisados em situações informais de aprendizagem. Exclusivamente no banco pesquisado, suporte material apresentou predição sobre aprendizagem formal e informal. O último trabalho indicou relação direta entre AI e AO. Suporte psicossocial à transferência exerce papel de mediador parcial nessa relação, enquanto suporte material medeia a relação entre AI e codificação. Assim, contribui-se para o desenho de intervenções mais efetivas nos processos de aprendizagem das pessoas e das organizações que tomem como referência a diferenciação entre suportes à aprendizagem e à transferência, especialmente os psicossociais, que estimulem práticas de socialização e de codificação.