Nossa bússola aponta para o Nordeste: o ensino de inglês em escolas públicas baianas sob orientação dendêcolonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Jaqueline Santos de lattes
Orientador(a): Pereira, Julio Neves
Banca de defesa: Pereira, Julio Neves, Pereira, Fernanda Mota, Souza, Ana Lucia Silva, Melo, Glenda, Muniz, Kassandra da Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41281
Resumo: A língua não se limita ao código ou meio de comunicação, é prática social, instrumento de expansão, domínio e poder. É também dispositivo de insurgência, para que através dela possamos existir, resistir, reexistir (Souza, 2011) e não mais sermos excluídas/os ou sub-representadas/os. Lecionar inglês, uma língua ancorada em bases imperialistas (Pereira, 2019), objetivando decolonizar o ensino, consiste grande desafio. Em um contexto no qual estão em disputa língua, linguagens e educação, o aspecto político é inevitável, sendo assim, a neutralidade obviamente é nula. Diante disso, ao propor o suleamento (Freire, 1992; 2001; 2007) das práxis e, especificamente nesta pesquisa, apontar nossa bússola para o Nordeste torna-se demanda urgente. É constante perceber que o ensino de língua inglesa costuma ser reduzido a aplicação de regras, estruturas gramaticais e noções de vocabulário de modo acrítico (Siqueira, 2011), todavia, atender estudantes de escolas públicas que, em sua maioria, é composta por jovens negras e negros de classes populares, alvos das mais diversas formas de opressão, é um fato que confere às/aos docentes um compromisso ético e sociopolítico amparado por bases legais (Brasil, 2003; 2008) para abordar temáticas, não somente àquelas que determinados materiais didáticos invisibilizam, mas também espelhar a realidade além das salas de aula. As discussões pertinentes ao campo da Linguística Aplicada Crítica (Muniz, 2016) subsidiam este trabalho, cujo objeto – a formação docente continuada – pautou-se em diálogos com professoras/es da educação básica, as/os quais participaram do curso Decolonialidade e Ensino de Inglês na Escola Pública, que visou à desconstrução de crenças acerca do ensino de língua inglesa e que, metodologicamente, também consistiu no locus da pesquisa, onde se constituíram os corpora. O curso foi realizado no contexto da pandemia do Covid-19 e, sendo online, possibilitou que docentes lecionando inglês na rede pública de todo estado Bahia se inscrevessem. Foram recebidas 118 inscrições e, deste quantitativo, 33 colegas participaram dos encontros remotos, sendo assim, os corpora foram constituídos a partir das interações promovidas com o intermédio de atividades síncronas e assíncronas, conforme os pressupostos metodológicos de cunho etnográfico e netnográfico (Kozinets, 2014), através de questionários, gravações e materiais didáticos autorais. O cruzamento e a discussão dos dados se deram à luz dos estudos decoloniais, tendo como suporte metodológico a Análise do Discurso Crítica, que subsidiou uma leitura de natureza qualitativa, para investigar quais caminhos as/os docentes percorreram a fim de desconstruir crenças acerca do ensino de língua inglesa em escolas públicas baianas. Os resultados alcançados sinalizaram que a decolonialidade é revelada de formas diversas e que estar a caminho é uma das maneiras de concretizá-la.