Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
BITTENCOURT, ROMULO GONÇALVES
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Orientador(a): |
SOUZA, ARIVALDO SACRAMENTO DE |
Banca de defesa: |
SOUZA, ARIVALDO SACRAMENTO DE,
ALMEIDA, ISABELA SANTOS DE,
SANTOS, EVANDRO DOS |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37535
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Resumo: |
A narrativa histórica constitui o principal elemento de concretização do labor historiográfico. É por meio do processo de encadeamento de eventos, tornando-os inteligíveis no espaço e no tempo que a pesquisa em história se materializa. Nesse itinerário, a figura do(a) historiador(a) é fundamental, na medida em que exerce a função de intermediador(a) em direção ao passado, projetando sobre o acervo das fontes um diálogo com a historiografia especializada. Seja como ato artesanal (ALBUQUERQUE JUNIOR, 2019), seja como ato fabril (CERTEAU, 2015 [1975]), é possível expandir o labor historiográfico, encarando-o também como uma prática coletiva. Partindo desse cenário e utilizando a produção historiográfica do grupo de pesquisa Escravidão e Invenção da Liberdade da Universidade Federal da Bahia, a proposta do presente estudo é entender como os gestos de escrita/leituras (MIYASHIRO, 2015; CHARTIER, 1988) impressos nas narrativas produzidas pelos seus integrantes confluem para conformação de uma história social da escravidão. Para esboçar um modus operandi realizado pelo grupo, foram acionadas as reflexões tanto da história quanto da filologia, considerando as afinidades teóricas entre os saberes no desiderato de mediação ao passado (HANSEN; MOREIRA, 2013). Nesse sentido, as discussões em torno de uma prática filológica democrática e inclusiva (SAID, 2007 [1993]), as problematizações derivadas da sociologia dos textos (MCKENZIE, 2018 [1986]) e da perspectiva antifundacionalista da crítica filológica (BORGES; ALMEIDA, 2017) serviram de lastro para repensar a descentralização do texto (incluindo o historiográfico). Tal ambientação possui ressonância com as perspectivas da história cultural (CHARTIER, 1990; 2015, [2007]), pois identifica a dimensão textual como um feixe de relações socioculturais determinado historicamente, resultado de um olhar construtor de sentidos. Do ponto de vista procedimental, foi utilizado como parâmetro inicial as proposições narrativas de João Reis, um dos líderes do mencionado grupo para, nessa extensão, rastrear movimentos textuais de apropriação (CHARTIER, 1998) promovidos pelos demais integrantes. Excertos de livros coletivos e individuais construídos pelo referido grupo de pesquisa foram cotejados, a partir dos balizamentos da crítica textual moderna, de modo a traçar movimentos comunitários sobre a escrita da história. O mapeamento permitiu visualizar uma rede de sociabilidades e um processo de retroalimentação de narrativas difundidas por Reis. A partir da utilização da operação historiográfica (CERTEAU, 2015 [1975]) em viés transversal, foi mensurada a existência de um padrão narrativo, consistente no compartilhamento de estratégias narrativas, referenciais teóricos e tipologias documentais, os quais, em conjunto, contribuem para consolidação da vertente historiografia da escravidão que vem sendo desenvolvida desde os anos 1980. |