CURATIVO A VÁCUO SIMPLIFICADO: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E ESTUDO DE VIABILIDADE OPERACIONAL E FINANCEIRA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Sandro
Orientador(a): Mendes, Carlos
Banca de defesa: Mendes, Carlos, Menezes, José, Dantas, Antônio, Farina, Jayme, Ely, Pedro
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: PPgPIOS - Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos de Órgão e Sistemas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33273
Resumo: Introdução: As vantagens de uso de terapia de pressão negativa em manejo de feridas têm sido vastamente evidenciadas na prática médica desde o seu advento há duas décadas. No entanto, o alto custo e a complexidade têm limitado o seu uso em instituições de saúde com recursos reduzidos. Para resolver o problema, tem sido proposto o uso de dispositivos menos sofisticados e menos dispendiosos, os curativos a vácuo simplificados, embora sua utilidade seja pouco estudada. Objetivos: Avaliar a eficácia, segurança e viabilidade operacional e financeira de um modelo de curativo a vácuo simplificado. Material e Métodos: Ensaio clínico randomizado em que feridas clinicamente contaminadas foram tratadas com um equipamento de curativo a vácuo simplificado em comparação a um curativo controle (hidrofibra prata). O estudo foi apresentado em formato de dois artigos científicos. No primeiro, foram analisados como desfechos de eficácia: limpeza, presença de tecido de granulação, aspecto clínico e indicação de tratamento cirúrgico das feridas. Calcularam-se indicadores de eficácia, frequência de efeitos adversos e indicadores de eficácia ajustada por efeitos adversos. No segundo artigo foi avaliada a viabilidade operacional por meio de estudo de tempo de instalação e quantidade de curativos realizados, além da viabilidade financeira, por análise de custos econômicos diretos de trocas de curativos. Resultados: Trataram-se 50 feridas (25 em cada grupo) de extensão moderada, constituindo-se a maioria delas em lesões agudas, localizadas em membros inferiores e a quase totalidade apresentando biofilmes. Hipertensão arterial e diabetes melito foram as comorbidades mais frequentes. Artigo 1: O curativo a vácuo simplificado utilizado se mostrou mais eficaz que a hidrofibra em todos os desfechos avaliados. A recalcitrância das feridas reduziu a eficácia do equipamento usado para granular e limpar as lesões. Houve redução similar de áreas feridas em ambos os grupos de tratamento. Em quase todas as feridas do grupo curativo a vácuo simplificado foi observada ruptura de biofilme. Sangramentos, aderência da esponja ao leito cruento, dor, maceração, dermatite de contato, hematoma e necrose foram as complicações encontradas. Apenas para sangramentos e aderência de curativos não foi encontrada uma relação risco-benefício favorável em todos os desfechos estudados. Não ocorreram complicações graves, interrupções de tratamento, agravamento de lesões ou óbitos. Artigo 2: O dispositivo de curativo a vácuo simplificado apresentou menor número de curativos, maior tempo de instalação e custos estimados maiores, tanto por curativo quanto por paciente. O aumento de custo associado ao curativo a vácuo simplificado foi relacionado ao preço médio de comercialização do produto e à quantidade de trocas de curativos. Conclusão: Artigo 1: O curativo a vácuo simplificado utilizado se mostrou mais eficaz em limpar e recobrir as feridas com granulação, bem como para melhorar o aspecto clínico e a indicação de fechamento cirúrgico das lesões. Também apresentou relação risco-benefício favorável para a maioria das complicações encontradas. Por conseguinte, considerou-se uma forma eficaz e aceitavelmente segura de terapia de pressão negativa em comparação com a hidrofibra prata. Artigo 2: O curativo a vácuo simplificado se mostrou menos viável tanto operacional (instalação mais complexa), quanto financeiramente (mais caro). Conclusão geral: O curativo simplificado foi considerado como uma opção de terapia de pressão negativa, pois se mostrou eficaz e seguro em comparação à hidrofibra prata. A menor viabilidade não foi considerada como fator limitante, pois pode ser resolvida com treinamento adequado e trocas mínimas necessárias de curativos a vácuo utilizados.