Arte urbana e imagéticas negras no espaço urbano em territórios embranquecidos na cidade de Fortaleza-CE.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa, Eudalia Ellen Ferreira da lattes
Orientador(a): Pereira, Gabriela Leandro lattes
Banca de defesa: Pereira, Gabriela Leandro lattes, Mortimer, Junia Cambraia lattes, Santos, José Eduardo Ferreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) 
Departamento: Faculdade de Arquitetura
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41018
Resumo: Esta dissertação surge a partir de uma jornada por territórios e memórias, resultado de anos de vivências em um espaço acadêmico embranquecido e da necessidade de contestá-lo. Na cidade de Fortaleza, o estudo destaca o território antigo do Outeiro da Prainha e as áreas embranquecidas dos bairros Aldeota e Meireles, simbolizando tanto a resistência quanto a ressignificação da presença negra em um espaço que foi sistematicamente branqueado. A pesquisa mobiliza as imagéticas negras das quais referem-se a forma como as pessoas negras são representadas visualmente (BARBOSA, 2019), presentes nessas localizações territoriais, valorizando-as como expressões de arte, cultura e memória que trazem consigo um gesto de ocupação simbólica em territórios embranquecidos. Territórios como o Outeiro da Prainha, cujas memórias de ocupação e tradição foram em grande parte invisibilizadas, são aqui evidenciados através do destaque conferido às manifestações visuais, constituindo um percurso investigativo no qual se instaura a disputa simbólica pela presença negra e indígena. Por meio das incursões nos bairros da Aldeota, Meireles e Centro, o potencial de afetação dessas imagéticas negras é explorado, permitindo à pesquisa ler essas manifestações como atos de recusa ao desaparecimento em face das forças embranquecedoras do urbanismo local, mas também entender as nuances e contradições encontradas a partir das armadilhas das imagens. A recusa ganha forma através das manifestações artísticas urbanas como o graffiti, muralismo e a pixação, que transcendem a resistência para se tornarem re-existências. Também é feito o retorno a momentos onde a arte urbana de Fortaleza encontra a rua como seu lugar de suporte, a exemplo na década de 40 com as práticas do artista Chico da Silva. Entende-se que as representações culturais negras se inscrevem no território não apenas como contestação, mas como uma reafirmação de identidades políticas e culturais, tensionando as fronteiras estabelecidas.Por fim este trabalho, buscou documentar e registrar a cultura de um tempo e de um lugar, reafirmando as memórias e identidades que persistem mesmo em contextos adversos, celebrando as vozes e traços que ressoam nos espaços urbanos embranquecidos de Fortaleza, ampliando a compreensão da participação da arte urbana nesse contexto.