Podem dizer que não, mas eu me cuido”: representações e práticas do cuidado de si de pessoas em situação de rua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Dejeane de Oliveira
Orientador(a): Oliveira, Jeane Freitas de
Banca de defesa: Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon, Carvalho, Evanilda Souza de S., Rodrigues, Andréia Silva, Paiva, Mirian Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30976
Resumo: Esta pesquisa aborda o cuidado de si de pessoas em situação de rua no que concerne à saúde, com foco nas representações sociais e práticas adotadas no contexto no qual estão inseridas. O cuidado de si exibe modos de ser e de viver singulares, que perpassam por saberes diversos, envolve aspectos individuais, sociais, culturais, revelado em atitudes visando à manutenção da vida. O estudo teve como objeto: representações sociais e práticas do cuidado de si, no que concerne à saúde, para as pessoas em situação de rua e como objetivos: 1)Descrever as características do grupo investigado em consonância com o contexto no qual está inserido; 2)Apreender as representações sociais de pessoas em situação de rua sobre cuidado de si e saúde; 3)Descrever as práticas do cuidado de si adotadas por pessoas em situação de rua com foco na saúde; 4)Discutir a interação entre as representações sociais e as práticas de cuidado adotadas pelas pessoas em situação de rua, no que concerne a saúde. Trata-se de pesquisa com abordagem multimétodos que articulou conceitos teóricos da Teoria das Representações Sociais e Cuidado de si. As participantes foram 122 pessoas em situação de rua, vinculadas ao Centro de Referência Especializada para Pessoas em Situação de Rua, de Ilhéus-BA, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e diferentes identidades de gênero. Para produção dos dados empíricos foram utilizadas as técnicas de observação, evocação livre de palavras e entrevista semiestruturada, tendo como instrumentos norteadores: a observação com um roteiro específico e registro em diário de campo; Teste de Associação Livre de Palavras, composto pelos estímulos: “Cuidar de mim é”e “Saúde é”, cujos dados foram organizados e processados pelos softwares Ensemble de programmes Permettant I’ analyse des Evocations (versão 2005), compondo o Quadro de quatro casas e Analyses Multidimensionnelles de Texteset de Questionnairesbaseando-se na Classificação Hierárquica Descendente. A entrevista foi guiada por roteiro com questões sobre práticas de cuidados de si e saúde. Os dados foram processados no software Iramuteq,baseando-se na Classificação Hierárquica Descendente e organizados em categorias. A análise das entrevistas foi feita transversalizando com as demais técnicas. As normas da Resolução 466/12 foram atendidas em todas as etapas da pesquisa (CAAE 61745616.8.0000.5531). Os resultados revelaram que as representações do cuidado de si ancoram-se em questões relacionadas à satisfação das necessidades básicas de saúde em associação com a qualidade de vida. As experiências, culturas, crenças, conhecimentos, valores individuais compartilhados no grupo, simbolizam-se através de representações e práticas que refletem novos arranjos nos modos de cuidar de si mesmo. Isso é experienciado de maneira singular, requerendo dos serviços e profissionais, encontros assistenciais que potencializem as pessoas, gerem diálogos que favoreçam a autonomia. Apreender as representações sociais e sua relação com as práticas sociais do grupo investigado foi importante para apromoção de cuidado integral, com ações éticas, políticas e de qualidade. Vislumbra-se o fortalecimento de estratégias de pesquisa na Enfermagem com aprendizados que proporcionem novos modos de cuidar em saúde.